Celulite nas aves causa prejuízo de US$ 120 milhões por ano ao país

Pesquisadores estudam maneiras de diminuir os prejuízos causado pela doençaPesquisadores estudam maneiras de diminuir os prejuízos causado pela celulite nos frangos. A inflamação na pele é uma das principais causas de descarte de carcaças nos abatedouros.

O nome é a única semelhança com a celulite humana, nos frangos, ela não é apenas uma imperfeição na pele, mas uma dermatite, que pode até necrosar a carne. O problema, provocado por bactérias das fezes das aves, não é novo.

A doença foi identificada pela primeira vez ainda na década de 80, quando se começou a trabalhar com uma maior concentração de frangos por metro quadrado. Hoje, a estimativa é de que a celulite nas aves traga um prejuízo anual de US$ 120 milhões no Brasil.

Segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), na maioria das vezes, as lesões são encobertas pelas penas e só são descobertas na hora do abate.

? É uma situação que acaba prejudicando toda a cadeia produtiva. A partir do momento que você vai detectar uma inconformidade num produto avícola ou numa parte, esse produto vai ser condenado e não vai ser aproveitado, então isso acaba trazendo prejuízo para o produtor e para a agroindústria ? explica o diretor executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos.

O Instituto de Pesquisas Veterinárias da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), no Rio Grande do Sul, estuda há cinco anos maneiras de combater a celulite das aves. Os cientistas desenvolveram ferramentas que conseguem controlar a doença. Uma delas é o chamado probiótico: bactérias vivas inseridas no intestino das aves para impedir a ação dos genes causadores da doença. A outra é uma vacina experimental contra a celulite.

? Os testes demonstraram que houve uma eficiência de controle e prevenção pra celulite tanto com o uso do probiótico, fazendo com que as aves que receberem o produto não desenvolvessem celulite e também as aves que receberam as vacinas também não tiveram celulite, mesmo sendo desafiadas com bactérias extremamente patogênicas ? relata o pesquisador Benito Guimarães de Brito.

Agora, os pesquisadores pretendem transferir a tecnologia da vacina para uma empresa que possa fabricar o medicamento.