Certificação do Mapa torna mais criteriosa escolha de reprodutores para rebanho comercial

Apenas 20% dos animais avaliados desde a primeira etapa são aprovados no finalPara que os animais tenham em permissão para ter sêmen e embriões coletados e comercializados e isenção de ICMS são necessárias, agora, quatro baterias de avaliações para receber o Certificado Especial de Identificação e Produção (Ceip).

O certificado é emitido pelo Ministério da Agricultura (Mapa) e chama a atenção por ser voltado ao mercado comercial, produzindo animais de alta rentabilidade, já que somente 20% dos animais avaliados conquistam a certificação. Para fazer parte, a fazenda precisa estar envolvida com vários órgãos de pesquisa e passar por auditoria frequente na transmissão das informações.

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Adepta da Ceip desde 1994, a Agropecuária Jacarezinho, com propriedades nas cidades de Barreiras (BA) e Valparaíso (SP) é uma das pioneiras no uso do selo.  Segundo o médico veterinário da empresa , André de Souza e Silva, a ação inicial consiste em separar o rebanho em grupos contemporâneos com 200 vacas paridas, que serão divididas em lotes de bezerros machos e bezerros fêmeas.

– A primeira avaliação ocorre aos sete meses de idade e o animal recebe notas de 1 a 5, além de serem pesados. Nesta etapa descartamos 50% dos animais avaliados, os 50% com avaliação positiva continuam a ser avaliados dentro do programa, os 50% negativos na avaliação genética serão recriados em iguais condições aos positivos, mas serão abatidos antes dos 24 meses – explica o veterinário.

Na segunda fase, aos 14 meses, os animais são avaliados em nove características: Peso, conformação, musculatura, racial, perímetro escrotal, peso, umbigo, altura na garupa, ossatura e pigmentação. Novamente 50% irão a descarte, os 25% restantes passam ainda por uma revisão individual do técnico, chegando-se então aos 20% melhores de cada grupo avaliado.

– Após tudo isso, ainda fazemos o exame andrológico nos touros, aos 18 meses, o que aumenta ainda mais a precisão desses 20% melhores, que serão então ofertados ao mercado aos 22 meses. Realmente o animal só adquire a Ceip por merecimento, o que o torna, de fato, um animal melhorador – enfatiza Silva.

Para o diretor da agropecuária, Ian Hill, o programa é a certeza que o produtor precisa na hora de mensurar os resultados em sua propriedade. Adquirir um touro “ceipado” é garantir que está levando o reprodutor certo para o modelo de produção com que trabalha.

– No Ceip, os animais são avaliados desde o nascimento segundo as mais importantes características de produção e reprodução, o que garante reprodutores com índices genéticos elevados e que possibilitam a evolução da média da base genética para as características produtivas de interesse econômico do produtor. Esse é o nosso objetivo, fornecer animais que contribuam com a melhor rentabilidade da pecuária brasileira – finaliza o diretor.