O zootecnista Antônio Luiz de Andrade Filho tem que adotar medidas especiais para não contabilizar queda na produção já no inicio da safra do leite.
? Nesta época a chuva atrapalha por causa do barro. O barro é problema muito grande com a vaca de alta produção. Como estamos preparados para suprir o período de seca, todo planejamento estratégico pra gente está voltado para ter volumoso o ano todo, esta questão das águas vem prejudicar, e precisamos adotar medidas estratégicas para amenizar a queda, higienização melhor dos tetos para melhorar a qualidade e reduzir a queda da produtividade ? relata.
Os fatores que já provocaram quedas de até R$ 0,05 no litro do leite vão além das pastagens. As importações de agosto e setembro pressionaram o mercado e no atacado teve redução no preço do longa vida e do queijo mussarela. Mas os analistas avaliam que não existe espaço para grandes quedas porque o consumo interno está firme.
Na fazenda Chapadão o produtor José Ferreira mantém 94 vacas em lactação e investiu no inicio deste ano para ampliar a produção de 1,5 mil para 2,1 mil litros por dia. Estava recebendo R$ 0,94 pelo litro e a notícia que no próximo pagamento o valor vai baixar para R$ 0,89 tira o ânimo do produtor que já calcula o reflexo que vai ter nas contas da propriedade.
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? Os 5% de queda no litro de leite representam um salário para duas pessoas na fazenda. Quando vem esta crise de baixa no leite nos atrapalha bastante ? conta.
Com 30 anos na atividade, José já conhece como funciona a época das cheias, quando o mercado fica pressionado pelo aumento da produção nas pequenas propriedades.
? Todo ano neste período de chuva que aumenta a produção de leite nas pequenas propriedades, nós que somos médios produtores, ficamos sacrificados ? relata.
