Clima seco compromete pesca no Triângulo Mineiro

Nível da água de principal rio da região atinge 10% do habitualNo município de Planura (MG), a quantidade de água do rio Grande, de onde muitas famílias tiram o sustento, diminui a cada dia. O nível da água já está três metros abaixo do normal há pelo menos 60 dias, e a tendência para os próximos dois meses é piorar.

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A situação é tão preocupante que alguns pescadores nem estão indo mais pescar e famílias inteiras pensam em migrar para outros setores. Este é o caso do aquicultor Watson Pinto Oliveira, que, após 30 anos de atividade, viu sua produção de tilápias minguar de 1500 para 500 peixes por tanque-rede:

– A água está quente, tem peixe morrendo, baixa 70% da produção. É muito complicado e nem sei o que fazer. Se eu parar, tenho que entregar para o governo o que nós temos hoje, que é financiado – relata.

A cidade de Planura (MG) tem uma das principais colônias de pescadores do Triângulo Mineiro, com cerca de 1100 associados, que procuram peixes como dourado, curvina e pintado. Mas, atualmente, o nível da água está tão baixo que é possível ver as pedras no meio do rio.

O presidente da colônia de pescadores profissionais e aquicultores Z-10, João Batista Marques, salienta a gravidade da situação:

– O nível da água está em 10% do normal e o medo da gente é que continue baixando. Os pescadores vão para mais para perto da barragem, só que essa descida são 50, 60, 70 quilômetros. Lá embaixo, dá para pegar 20 quilos por dia, mas o normal é entre 45 e 60 kg.

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