– As perdas decorrentes desse caso não serão substanciais, mas vão complicar nosso futuro [em relações comerciais] – afirmou.
Sebastião Guedes enfatizou que faltam comandos regionais e um controle centralizado por parte da Secretaria de Defesa Agropecuária para que a vigilância seja mais eficiente.
– Temos de trabalhar com suspeitas de doenças e melhorar o sistema de diagnósticos – disse.
Para o sócio diretor da MBAgro, Alexandre Mendonça de Barros, falta um corpo técnico público que atue por um sistema sanitário efetivo. Segundo ele, o caso também não representa problemas mais graves, mas tende a ser usado comercialmente pelos países importadores.
– É legítimo o questionamento. Vão querer baixar o preço [da carne] – destacou.
Brasil vai esclarecer importadores
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai intensificar os contatos com os principais países importadores de carne bovina para esclarecer o caso não clássico do agente da EEB.
Nesta segunda, dia 10, o adido agrícola japonês no Brasil, Kentaro Morita, se reúne com técnicos das secretarias de Relações Internacionais e de Defesa Agropecuária para obter mais informações, a fim de subsidiar o governo daquele país.
Na terça, dia 11, o adido agrícola brasileiro, Gutemberg Barone, se encontra com o diretor do escritório de Segurança de Importações de Alimentos japonês, Hideshi Michino, para entregar um relatório completo a respeito do caso, bem como, os ofícios de entidades internacionais validando os procedimentos de defesa sanitária animal que o Brasil adota.
O Mapa também planeja a organização de missões técnicas para visitar os 20 principais parceiros comerciais do Brasil em todo o mundo.
– O governo como um todo está mobilizado para dar amplo esclarecimento sobre o ocorrido, para que não pairem dúvidas com relação à segurança do nosso sistema de defesa sanitária animal – enfatiza José Carlos Vaz, Secretário-Executivo do Mapa. Os embaixadores e os adidos agrícolas serão chamados a colaborar, reforça ele.
Segundo Ênio Marques, secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, reações intempestivas são de certa forma previsíveis.
– A nossa principal arma é a informação. Estamos preparados para responder a todos os questionamentos dos nossos parceiros comerciais – reitera.
Ele informa ainda que o governo brasileiro está disposto a fazer reuniões bilaterais em Paris, na França, e em Genebra, na Suíça, nas próximas semanas, para esgotar o assunto.