A Aurora, cooperativa catarinense referência em processamento de carnes, espera um crescimento de vendas não só no mercado de aves, mas também para carne suína. Segundo a empresa, toda cadeia deve ser beneficiada. Os preços para os produtores podem subir entre 5% e 8%.
? Há uma expectativa mais positiva para as aves no final do ano, mas a carne suína da mesma forma deve acompanhar. Acreditamos que tenha uma reposição de preço ao produtor neste final de ano até dezembro. É uma reposição perante o que foi praticado em outubro ? afirma o diretor comercial da Aurora, Leomar Somensi.
Para o consumidor, o repasse de preço, segundo o diretor comercial da empresa, deve ficar por conta da inflação.
? Aumenta o volume de vendas e praticamente estamos repassando a inflação. Um aumento entre 2% e 3% em cima da inflação, o que deve refletir em toda cadeia ? acrescenta Somensi.
A expectativa da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) também é positiva. Segundo o presidente da entidade, carnes especiais são consumidas apenas no final de ano. Por isto, um aumento nas vendas é muito bem vindo para o setor.
? É um bom crescimento, exatamente pelo desempenho da economia no Brasil que esteve aquecida em relação às exportações das aves natalinas. Nós vamos ter praticamente um equilíbrio, um volume levemente superior a 2010 ? afirma o presidente da Ubabef, Francisco Turra.
A orientação vai para o consumidor que deve ficar de olho porque não há grandes estoques neste fim de ano.
? O consumidor é que hoje deve ficar muito atento porque não há estoques grandes, como não há um consumo durante o ano todo, as empresas produzem. Então já percebi que em alguns lugares a falta de aves do fim de ano, de fato já há escassez, não há um volume grande à vontade, até porque a demanda lá fora para o fim do ano é maior ? explica Turra.
Já o alerta o consultor Osler Desouzart é para o perigo de uma campanha natalina mal feita. As conseqüências para a economia podem se estender durante todo o primeiro semestre do ano seguinte.
? Se a campanha natalina é boa, no mês de janeiro há sempre um nível de reposição, supermercado vazio. Precisa repor, movimenta o mercado. Quando uma campanha natalina é feia, ela pode afetar o mercado até 15 de abril ou até maio ou mesmo junho ? defende o consultor.