? Ainda é cedo para falar se teremos volume maior de confinados para 2011, já que os produtores começam a confinar somente a partir de junho, mas se a demanda continuar aquecida podemos ver sim um crescimento do volume de bois terminados em confinamento ? disse à Agência Estado o zootecnista Bruno Andrade, da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon).
Neste ano, o volume de bois confinados no país recuou 8%, passando de 2,2 milhões de cabeças para pouco menos de 1,99 milhão de cabeças. Isso porque os preços do boi magro e do boi gordo no mercado futuro no primeiro semestre não eram atrativos. A situação se inverteu no segundo semestre e a demanda – tanto interna quanto externa – ficou mais aquecida e a rentabilidade para o confinador cresceu.
Segundo Andrade, há vários fatores a serem considerados para um incremento do volume de confinados. Primeiro, a taxa de reposição.
? Hoje, ela está muito boa, por volta de 2,4 vezes, por conta da alta da arroba do boi gordo. Mas os preços do bezerro e dos grãos ainda estão altos e precisamos ver como eles vão se comportar em 2011 ? explicou Andrade.
Goiás é o Estado com maior volume de bois de confinamento, com uma média anual de 900 mil cabeças. Mato Grosso vem em seguida, com 590 mil cabeças/ano, e São Paulo, com 342 mil cabeças/ano, conforme dados da Assocon.
Oferta e preços
Mesmo com expectativa quanto a um volume maior de confinados em 2011, o executivo da Assocon espera para 2011 oferta limitada de animais terminados para o abate e preços firmes para a arroba do boi.
? O que se observa é um movimento de retenção de fêmeas, mas vai demorar mais um pouco para recompormos todo nosso rebanho ? declarou Andrade, citando uma pesquisa da Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat) segundo a qual a oferta de animais em Mato Grosso será normalizada somente em 2014.