Com embargo da Ucrânia, preço pago ao suinocultor despenca no Rio Grande do Sul

Nesta semana, o preço médio do suíno vivo no Estado foi a R$ 2,44 o quilo na indústriaO preço pago ao produtor de suíno vivo despencou depois do anúncio da Ucrânia de suspender a compra da carne brasileira. No Rio Grande do Sul, os valores são os menores desde julho do ano passado. Nesta semana, o preço médio do suíno vivo no Estado foi a R$ 2,44 o quilo na indústria. Na granja, os produtores estão recebendo em torno R$ 2,00, com um custo de produção estimado em R$ 2,60.

O produtor Ilânio Johner é suinocultor há 60 anos em Cruzeiro do Sul, no Centro do Estado, onde ele produz 1,5 mil suínos por ano.

– Nós trabalhamos na faixa de R$ 3,30 no segundo semestre de 2012. Na virada do ano, aconteceram essas situações, como a decisão da Ucrânia em diminuir as importações. Isso jogou o produto para o mercado interno – destacou Johner.

No final de março, a Ucrânia, que era o maior comprador de carne suína brasileira, com 24% de participação, anunciou a suspensão das importações depois que testes detectaram a bactéria listeria no produto. De acordo com a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), o fato foi responsável pela queda nos preços. Cerca de 50% dos embarques da produção gaúcha também eram destinados ao país.
  
– Nesses últimos 30 dias, a situação se agravou. Hoje, o produtor já trabalha com prejuízos, sem margem alguma. O custo de produção está na casa de R$ 2,65 e, mesmo com a baixa do preço do milho e o farelo de soja, o custo não está abaixo disso – destaca o presidente da Acsurs, Valdecir Folador. 

Com medo de uma crise, a entidade pretende pedir ajuda ao governo federal. O dirigente aponta que, na próxima semana, a ACSURS deve participar de uma audiência com o Ministério da Agricultura.

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