Os animais de sangue zebuíno dominam os pastos no país, representando cerca de 80% do rabanho nacional. O primeiro registro de entrada do nelore no Brasil é de 1868. Desde então, a raça zebuína transformou a pecuária brasileira em referência mundial na produção comercial a pasto. Exemplo são as ferramentas modernas que auxiliam, atualmente, a multiplicar e avançar na produtividade e sustentabilidade na produção de carne.
— O mercado hoje está sinalizando claramente que nós temos que produzir mais em menos tempo. Isso determina que temos que buscar animais mais precoces e que ao mesmo tempo mantenham sua adaptação e sua rusticidade. É uma equação difícil de trabalhar, porque geralmente quando você começa trabalhar muito a produtividade você começa perder um pouco na adaptação e o zebu tem uma plasticidade genética incrível. Ele permite que você consiga acelerar este processo sem comprometer a adaptação. Para os trópicos é fundamental — explica o superintendente técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Luis Antônio Josackian.
Nesta semana 859 animais da raça nelore vão passar pela pista de julgamento no Parque de Exposições Fernando Costa. Os 40 primeiros do ranking nacional estão no páreo na disputa pelo melhoramento genético. A evolução da ultima década trouxe um novo conceito na comercialização, aproximando ainda mais esta genética que passa pelo julgamento em pista do rebanho que vai para o frigorifico.
— Hoje, na questão da produtividade das fazendas, a gente tem uma função muito grande desses animais que não estão indo para esses leilões de ponta. Hoje a agricultura está tomando muito espaço da pecuária, então tempos que produzir mais em menos espaço. Hoje, nas exposições, vemos que os animais estão alcançando um nível de vitrine que os técnicos e criadores estão buscando. Esses animais estão muito bem valorizados nos leilões — afirma o gerente da Agropecuária Mauá, Eduardo Livramento.
A organização da Expoinel mineira acredita que mesmo com um leilão a menos do que na feira do ano passado, o faturamento deve ser mantido.
— A Expoinel Minas é o primeiro passo que nós esperamos que seja de uma recuperação de mercado. Nós tivemos no ano passado cinco leilões que faturaram juntos alguma coisa em torno de R$ 10 milhões. Esse ano vamos ter quatro leilões. Mas o apuro dos animais está tão bom selecionados para estes leilões que acreditamos que mesmo com um leilão a menos a gente vai manter este patamar — diz o gestor executivo Loy Rocha.