Comissão da Câmara rejeita alerta em rótulos de alimentos de origem suína

Autor argumenta que a necessidade de distinção está relacionada a saúde e religiãoA Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados rejeitou na quarta, dia 19, o projeto de lei que obriga a inclusão da mensagem de alerta "contém ingrediente suíno" nos rótulos de alimentos que contenham esses ingredientes. O autor, deputado Lincoln Portela (PR-MG), argumenta que a necessidade de distinção está relacionada a dois fatores: saúde e religião.

O relator da proposta, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), advertiu que essa informação em forma de alerta poderia levar o consumidor a crer que a carne suína é prejudicial à sua saúde.

? Hipoteticamente, todos os alimentos podem causar algum grau de intolerância às pessoas. Sabemos, entretanto, que as carnes em geral, e as de origem suína, em particular, não provocam alergias com maior frequência que outros alimentos ? disse.

Para Colatto, a questão religiosa também não é razoável, uma vez que o número de pessoas que não comem carne de porco por esse motivo se conta em milhares de pessoas. Já as consequências da advertência, defendeu ele, afetaria toda a cadeia produtiva da suinocultura, assim como milhões de consumidores.

O relator argumentou ainda que a legislação brasileira já determine que os alimentos embalados apresentem em seus rótulos a listagem de seus ingredientes.

? Certamente, a presença de produtos suínos na composição do alimento lá estará inscrito, juntamente com todos os outros ingredientes, sejam eles naturais ou artificiais ? disse.

Tramitação

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado ainda pelas comissões de Defesa do Consumidor; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.