Comitiva cavalgará do Rio Grande do Sul a São Paulo para testar potencial do cavalo crioulo

Equipe de 15 pessoas pretende percorrer 1,8 mil quilômetros em 50 diasEles são paulistas, mas vão calçar bota e vestir bombacha para provar o potencial do cavalo crioulo. Trata-se de uma equipe de 15 pessoas que, a partir desta sexta, dia 5, encara o desafio de uma cavalgada que começa no Rio Grande do Sul e termina após 50 dias, em Itú, no interior de São Paulo. São mais de 1,8 mil quilômetros. Dois integrantes da comitiva viajam montados. Os outros formam uma equipe de apoio.

A cavalgada começa em Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Sem um roteiro definido, o grupo tentará desviar de rodovias e seguir por estradas de chão. Para isso, um motociclista viaja três dias à frente da comitiva — é dele a missão de descobrir os melhores caminhos e avisar a tropa.

Coordenador do projeto, o zootecnista Raul de Almeida Prado diz que a cada dia será feita uma avaliação de batimentos cardíacos, peso e condições físicas dos animais. Os resultados serão relacionados com o clima e o relevo pelos lugares por onde a comitiva passar. Os dados devem se transformar em um artigo científico sobre o desempenho (resistência, força e disciplina) dos animais e em um livro.

– Os cavalos serão os comandantes dessa viagem, por isso não podemos precisar o ritmo – diz o zootecnista Raul de Almeida Prado.

Um dos ginetes que irá no lombo do cavalo, o gestor em Equinocultura Lucas Paiva Garcia chegou a Uruguaiana uma semana antes do início da cavalgada. Dedicou-se à convivência com o animal e ao costume das vestes gaúchas, que ele diz que irá incorporar ao guarda-roupa após a jornada.

O dia a dia da cavalgada

– O grupo de 15 pessoas parte do Parque Agrícola e Pastoril, em Uruguaiana, às 10h desta sexta, dia 5.

– Duas pessoas viajam a cavalo. As outras fazem parte da equipe de apoio. Serão usados uma moto com GPS, um caminhão adaptado com banheiro e cozinha e uma caminhonete que será ocupada pelos técnicos.

– A previsão é de que a equipe evite cavalgar em horário de muito sol — a viagem deve ocorrer das 4h às 9h e depois das 16h às 19h. De acordo com a coordenação da cavalgada, são estimados cerca de 40 quilômetros por dia.

– Uma cerca elétrica recarregável a bateria será usada como potreiro para os animais, evitando que escapem no período em que a comitiva estiver parada.

– A viagem vai custar R$ 70 mil — cerca de 10 vezes mais do que se os animais fossem transportados da maneira tradicional, em um caminhão.

– No caminhão serão carregados cerca de 600 quilos de ração e uma caixa d’água, que será reabastecida a cada parada ao longo do trajeto até o interior paulista.