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Concentração de mercado preocupa confinadores

Associação do setor está atenta aos custos e à crise que envolve frigoríficosConfinadores de gado demonstram confiança no mercado para este ano, mas se dizem preocupados com a concentração, os custos no setor e com os problemas financeiros que atingem os frigoríficos. Recentemente, foi a vez o Mataboi anunciar que fez um pedido de recuperação judicial. A dívida da empresa com pecuarista e bancos é calculada em R$ 360 milhões.

Assuntos como esse foram comentados durante a posse da nova diretoria da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon). A mudança na diretoria da Assocon ocorre num momento delicado, diz o novo presidente, o pecuarista Eduardo Moura. Ele assume o cargo preocupado também com os custos do confinamento e com a crise que envolve os frigoríficos.

? Eu acho que a gente assume num momento difícil. Há uma concentração do setor. Vários frigoríficos com dificuldade, em renegociações judiciais, vários companheiros nossos com prejuízos grandes. Por outro lado, é o momento também de preços altos. Eu me lembro que a gente falava que boi acima de US$ 20 era caro. O boi hoje custa US$ 50, e o Brasil continua exportando, continua trabalhando, continua vendendo. Então é um desafio. É um momento de desafio ? diz o novo presidente.

Moura ocupa o cargo de Ricardo Merola, que deixa a presidência depois de dois mandatos.

? Primeiro a gente conquistou uma credibilidade muito grande no mercado. Posteriormente, nós conseguimos fazer várias negociações com frigoríficos, garantindo para eles matéria-prima ? diz o ex-presidente.

No entanto, o ex-presidente não deixa de ter preocupações. Uma delas é também com a concentração do mercado, hoje em quatro grandes frigoríficos. Ele diz que é uma ameaça para o setor, porque existem menos opções de venda de gado.

? Eu gostaria que esse problema fosse tratado pelo governo, porque não é um modelo correto para um país tão grande quanto o nosso. É muito difícil você ter uma única planta fazendo uma negociação igual para todos ? argumenta Merola.

História
A Assocon foi fundada em 2005 pra representar os produtores que trabalham no sistema de confinamento no Brasil. A ideia era incentivar o aumento da produção e da qualidade da carne. A associação começou com dez sócios. Hoje, são 60 membros em seis Estados: São Paulo, Minas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Goiás, com 800 mil cabeças, o maior rebanho confinado no país. No Brasil, são 2,6 milhões de animais.

Rodrigo Penna, que foi diretor regional em Goiás e agora assume a vice-presidência da associação, diz como deve se comportar o mercado este ano.

? Apesar dos insumos estarem mais caros este ano, nós estamos otimistas com o confinamento, mas a dificuldade tem sido achar gado. A oferta de gado magro está restrita e o preço do gado, sobrevalorizado. Já recuperou todo o valor da arroba e um pouco mais. Mas a gente vê bastante produtor pequeno e médio que pretende comprar boi este ano em resposta ao bom momento que teve no ano passado ? conta Penna.

Parceria
A posse do novo presidente foi anunciada nesta terça, dia 12, durante a assembléia dos sócios, em São Paulo. Durante a cerimônia, foi assinada também a parceria feita com o Canal Rural, que passa a ter direito de exploração da Conferência Internacional de Confinadores (Interconf), que será realizada em setembro em Goiânia.

? O Canal Rural, que está envolvido com todas as questões da agropecuária em geral, começou a ver que este setor precisa também de um conteúdo próprio, de uma informação própria, como os outros setores da pecuária. Ele entendeu que seria muito importante para o seu público participar de um evento desta magnitude pra poder realmente levar para esse público o conhecimento do que se faz no Brasil de melhor em termos de confinamento ? afirma  Juan Lebron, diretor de Gestão Comercial de Iniciativas Transacionais.

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