Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Confinamento de gado leiteiro aumenta lucro de produtores de Santa Catarina

Aliando tecnologia e genética, produtores de leite aumentam o rendimento sem necessidade de ampliação da área ocupada pelo rebanhoTecnologia e genética podem influenciar a qualidade e o volume de leite produzido em uma propriedade. Por isso, alguns produtores vêm optando pelo sistema conhecido como free stall, que nada mais é do que produzir leite com o gado confinado.  

Enquanto o rendimento médio da produção leiteira no Brasil é de seis a sete litros diários de leite por animal, na fazenda da família Callfass, em Xanxerê (SC), as vacas produzem três vezes mais. Considerando os animais que recém deram cria e estão no pico de lactação, a média sobe para 36 litros/dia. Nesses casos, a ordenha é feita três vezes ao dia e há vacas que chegam a produzir 50 litros de leite diariamente.

– A atividade de leite tem muitos fatores, como sanidade, conforto do animal e nutrição. Esses são fatores essenciais – explica o produtor Paulo Callfass.

Na hora de tirar o leite, as vacas fazem fila em frente à sala de ordenha. São 300 animais na propriedade e o espaço é digno do tamanho da produção que, no pico, chega a 7,5 mil litros/dia. O bom rendimento é resultado da evolução genética do rebanho, coordenada por um funcionário exclusivo para a inseminação dos animais.

Alguns cuidados também são tomados para manter a produtividade. No espaço reservado à alimentação das vacas, por exemplo, a temperatura é de, no máximo, 22°C. A ração é feita na fazenda com insumos produzidos ali mesmo, mas, mesmo com todos os cuidados, Callfass não está livre dos problemas climáticos.

Quando a chuva é regular, a pastagem cresce rápida e volumosa, mas, em épocas de seca, há dificuldade para alimentar o rebanho. Para evitar este tipo de problema, o produtor decidiu confinar os animais.

As instalações do barracão que vai abrigar as vacas devem ser concluídas ainda em janeiro. São 175 metros de comprimento por 32 metros de largura. A ideia é ampliar o plantel de 300 para 500 vacas e, a partir daí, os animais só vão deixar o barracão na hora da ordenha.

– Os animais, independente da época do ano, estarão sempre aqui com a mesma disponibilidade de volumoso, de água e de conforto. Estamos com a expectativa de que, depois de adaptados, possamos trabalhar com uma média de 30 litros de leite para cada vaca, por dia.

Callfass não planeja aumentar os lucros apenas com o maior volume de leite produzido. Trabalhando com os animais em confinamento, uma única pessoa será capaz de alimentar todo o rebanho, segundo o produtor.

A limpeza do barracão será feita de forma automática e sem a utilização de água. Uma lâmina puxada por uma espia percorrerá o espaço de duas em duas horas, trazendo os dejetos até um fosso. O que é liquido segue para um tanque e, o que for sólido, para outro, para que possa ser feito o devido tratamento. Outra vantagem, de acordo com Callfass, é que, com o confinamento, será possível alimentar as 500 vacas com a mesma área que hoje alimenta 300 animais.

– Em função do valor muito elevado das terras, acreditamos que usando a terra para fazer silagem vamos ter um aproveitamento muito maior do que se fôssemos destinar para o pasto – afirma o produtor.

Na região, porém, são poucos os produtores que apostam no confinamento do gado leiteiro e a maior parte do leite produzido no oeste catarinense vem de agricultores familiares. A família Dall Acqua, porém, adotou o sistema de confinamento para a produção de leite há quase um ano.

A terra disponível para a atividade da família é de 55 hectares. Depois que confinaram o rebanho de 50 animais, as vacas passaram a produzir, em média, três litros de leite a mais por dia e as projeções para os próximos meses são animadoras.

– A produção está boa. Temos média de 20,5 litros por dia e queremos chegar a 25 litros ainda neste ano. Na região, o que se costuma produzir é apenas 15 litros – explica o administrador da propriedade, Rafael Dall Acqua.

A meta é ousada quando se trata de um rebanho de gado Jersey, caso dos Dall Acqua. No patamar em que estão, eles já são referência em produtividade, já que a média regional de vacas Jersey é de 15 litros por dia. Rafael conta que a opção por esta raça se deu pela facilidade de adaptação a diferentes ambientes.

Por aqui, as instalações são rústicas, o que permitiu uma boa economia na hora de construir, sem afetar o bem-estar animal. Enquanto o valor médio pago ao produtor da região é de R$ 0,80 por litro, a família tem recebido R$ 1,05 por litro, em função da qualidade do leite Jersey.

Até o momento, foram investidos R$ 300 mil em infraestrutura e outros R$ 15 mil em genética. No antigo sistema, os produtores enfrentavam dificuldades para alimentar o gado e, agora, eles até já fazem planos de aumentar o plantel.

Clique aqui para ver o vídeo

Sair da versão mobile