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Consumo aquecido deve sustentar preço da arroba do boi gordo

Possibilidade de redução no volume da produção americana de carne bovina também abre oportunidade para o mercado brasileiroA expectativa de aumento da oferta de boi gordo disponível para abate a partir de dezembro deve impedir que a arroba atinja o pico registrado em 2010. Mas a demanda aquecida pela carne bovina neste final do ano sustentará as cotações em patamares historicamente elevados. Aves e suínos, normalmente, costumam ser mais vendidas nesse período, pois integram os kits de festa de final do ano.

? Com o recebimento do 13º e 14º salários e os churrascos de comemoração de final de ano, o consumo de carne bovina deverá voltar a ficar aquecido no início de dezembro, dando suporte para a arroba do boi ? disse o analista da Scot Consultoria, Hyberville Neto.

A analista da Informa Economics FNP, Nadia Alcantara, também espera que o consumo interno de carne bovina se mantenha elevado, e lembra que em 2012 haverá aumento do salário mínimo, o que sempre impacta esse mercado. No mercado internacional, a perspectiva também é boa.

? Em relatório recente, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou possibilidade de redução no volume da produção de carne bovina americana, abrindo espaço para outros países colocarem seu produto no mercado internacional, o que representa uma oportunidade para a carne brasileira ? disse Nadia.

Esse argumento, inclusive, vem sendo amplamente utilizado pelo frigorífico Minerva. O diretor presidente e de Relações com Investidores da empresa, Fernando Galletti de Queiroz, disse, na ocasião da teleconferência com analistas e investidores no início do mês, que o Brasil, a partir do ano que vem, será o único país a ter condições de atender a demanda por boi gordo.

? O aumento de estoques de fêmeas e bezerros, movimento que estamos observando agora, levará a pecuária brasileira a uma posição única no mercado mundial. A demanda continuará muito forte, principalmente em mercados emergentes ? disse Queiroz.

Segundo ele, os principais concorrentes do país na criação de boi gordo, como Estados Unidos, Argentina, Austrália e outros, estão em movimento contrário ao do Brasil no ciclo da pecuária.

Mais cauteloso com as vendas externas, o analista da Indusval & Partners Corretora, Lúcio Pádua Soares, acredita que é necessário acompanhar o desempenho das exportações.

? Nesse ano, as vendas em volume de carne bovina estão muito fracas, mesmo com avanço em receita. Dois fatores estão contribuindo para esse movimento, o embargo russo e a diminuição do consumo, por conta da crise internacional ? aponta Soares.

Segundo o analista, em outubro de 2009, o Brasil exportou 82,4 mil toneladas de carne bovina, em 2010, 76,4 mil toneladas e em outubro deste ano, 74,6 mil toneladas. Soares ressaltou ainda que este último motivo pode atrapalhar a demanda por carne bovina brasileira no ano que vem.

Outro fator que pode interferir no comportamento do consumo é se o atacado e o varejo suportarão repasses das cotações do boi gordo.

? O que a gente observa é que no caso da alta da arroba, os repasses à carne bovina vendida ao consumidor ocorrem rapidamente. Na baixa, esse movimento é mais lento, para preservação de margens pelos varejistas, o que pode promover a migração de consumo para proteínas mais baratas ? explicou o diretor técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz.

Segundo o diretor técnico, com base em dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de preços no Estado de São Paulo, até o final do mês passado, a carcaça de frango era vendida a R$ 4,33 o quilo, enquanto o acém bovino estava a R$ 10,53 o quilo. Ou seja, com um quilo de carne bovina compra-se 2,43 quilos de frango.

? Mas só essa relação não mostra a realidade, se considerarmos o quanto se aproveita da carcaça de frango, a carne bovina não fica tão mais cara ? disse Ferraz.

Essa conta está sendo mais utilizada pelos consumidores, atualmente, e é um dos fatores que sustentam o consumo de carne bovina.

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