O volume inicial previsto de venda será de quatro mil a cinco mil animais/ano, com um mínimo de 200 animais/ano por produtor e negócios regulares de cinco a seis vezes por ano. O abate dos bois será realizado em um frigorífico prestador de serviço a ser eleito pela cooperativa e o custo dessa operação será absorvido pela própria cooperativa.
? Até o final do ano teremos toda a papelada pronta para começar a operar em 2011. Queremos funcionar como prestadores de serviço e queremos vender para o varejo – especialmente em casas de carnes próprias – assim como a JBS-Friboi está fazendo ? explicou Monteiro nesta sexta, dia 15, no seminário “Dificuldades de relacionamento entre pecuarista e a agroindústria da carne bovina”, promovido pelo Centro de Conhecimento em Agronegócios (Pensa) da Fundação Instituto de Administração (FIA).
? A iniciativa não é pioneira, mas todas as outras tentativas não deram certo. O objetivo é conseguir o incremento de preço para o produtor rural que o varejo tem conseguido ? completou.
De acordo com estudos preliminares do Sindicato Rural de Campo Grande (MS), o produtor vende seu produto normalmente abaixo do custo de produção, enquanto a indústria trabalha com margem bruta de 15% a 20% e o varejo, de 80% a 120%.
? A lucratividade real da indústria e do varejo ainda é desconhecida, mas tenho certeza que a média dos pecuaristas brasileiros está operando sem margem de lucro ? ressaltou o executivo.
Para a médica veterinária e analista da Scot Consultoria, Maria Gabriela Tonini, a formação da cooperativa bovina é positiva para o setor.
? É uma ótima ideia. O duro é convencer todo mundo a participar. Mas é um caminho para juntar a força da produção para a negociação com o resto da cadeia ? disse.
Conseboi
Monteiro também adiantou que a Câmara Setorial de Bovinos de Corte de Mato Grosso do Sul também está estudando a viabilidade da criação do Conseboi, que funcionaria igual ao Consecana – da cadeia produtiva da cana-de-açúcar – e do Conseleite, do leite.
? Os conselhos são necessários para harmonizar as relações entre os produtores rurais e as indústrias. Mas para o setor de bovinos o grande desafio é o preço, já que as variações da arroba do boi são praticamente diárias ? declarou.