Cooperativas de leite do Rio Grande do Sul contestam resultado positivo para álcool etílico em testes do Mapa

Ministério Público do Rio Grande do Sul realizou primeira reunião para que empresas prestassem esclarecimentosO Ministério Público do Rio Grande do Sul se reuniu nesta sexta, dia 8, em Porto Alegre com as cooperativas de leite Santa Clara e Piá, envolvidas em casos de adulteração de leite, divulgados esta semana. Testes feitos pelo Ministério da Agricultura, durante inspeção em postos de resfriamento detectaram a presença de álcool etílico no leite das duas empresas.

O encontro serviu para que as empresas prestassem os primeiros esclarecimentos. As duas cooperativas reafirmaram que o leite foi testado em todo o processo, desde a saída da propriedade rural até a chegada à indústria, e teve resultado negativo para substâncias proibidas. As duas empresas afirmam também, que os laboratórios utilizados para os testes são credenciados pelo Mapa e questionaram o método usado pela fiscalização para chegar ao resultado positivo para álcool etílico.

O promotor de Defesa do Consumidor do Ministério Público gaúcho Alcindo Bastos, afirma que houve fraude, mas acredita que não partiu das indústrias. Ele não descarta a possibilidade de envolvimento de produtores e transportadores na adulteração do produto. Bastos diz que os testes oficiais são mais precisos e confiáveis do que os feitos pela indústria, mesmo quando feitos em laboratórios credenciados. A hipótese de boicote já foi descartada pelo Ministério Público.

Em 20 dias, as cooperativas devem entregar ao Ministério Público documentos que possam ajudar na investigação, como planilhas com quantidades de lotes comercializados e informações sobre os produtores rurais. Um nova reunião deverá ser marcada dentro de um mês.