O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou nesta terça-feira, dia 5, que o governo da Coreia do Sul decidiu autorizar a importação de carne suína produzida em Santa Catarina, após mais de 10 anos de negociação. Segundo o Mapa, o potencial de exportação dos estabelecimentos catarinenses para aquele país é de US$ 108 milhões por ano, o que representa 33 mil toneladas do produto.
Em carta à ministra Kátia Abreu, o embaixador da Coreia do Sul no Brasil, Lee Jeong Gwan, informou que a sinalização para o comércio bilateral de carne suína in natura foi dada pelo Ministério da Agricultura, Alimentos e Assuntos Rurais daquele país.
O presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, afirma que o Brasil realizou três missões e “incontáveis contatos” com as autoridades sanitárias do governo sul-coreano para destravar processos que envolviam a habilitação. “O acordo é uma vitória para os exportadores de carne suína”, diz.
Os dois países esperam concluir ainda este ano todas as formalidades da negociação para permitir as primeiras exportações.
De acordo com a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Tatiana Palermo, o mercado sul-coreano é um dos maiores importadores mundiais de carne suína, sendo hoje seus maiores fornecedores União Europeia, Estados Unidos, Canadá e Chile.
“A produção local está sendo afetada pelos surtos de febre aftosa e de diarreia epidêmica suína (PEDV). O Brasil é o parceiro que poderá oferecer produto saudável e seguro ao consumidor sul-coreano”, afirma a secretária.
Requisitos sanitários
As próximas etapas a serem cumpridas entre os dois países são a apresentação de requisitos sanitários exigidos pelas autoridades sul-coreanas, a elaboração do certificado sanitário internacional e a habilitação das plantas exportadoras.
Segundo a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, a carne suína de Santa Catarina foi escolhida pelas autoridades sanitárias do país asiático porque esse é o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).