Criadores de Mato Grosso denunciam baixa rentabilidade do segmento da cria

Instituto de Economia Aplicada aponta que nos primeiros oito meses do ano 2,01 milhões de fêmeas foram abatidas no EstadoAs dificuldades enfrentadas pela pecuária de corte em Mato Grosso são mais intensas no segmento da cria, segundo a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que vem denunciando a baixa rentabilidade da atividade. Segundo a Acrimat, as consequências atingem atingir toda a cadeia produtiva da carne, como o envio de fêmeas para o abate, que chegou a superar a participação de machos e que irá comprometer o abastecimento do mercado de boi gordo nos próximos dois anos. O Instituto Mato-Grosse

A decisão de enviar a vaca para o frigorífico é fruto da desvalorização do preço do bezerro nos últimos anos. O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, explica que, quando o valor pago pelo bezerro passa a ser inferior ao custo de manutenção da vaca no pasto, o produtor fica sem alternativa e precisa reduzir seu plantel.

– Se o preço do bezerro não remunera, o pecuarista se livra da vaca, pois não consegue mantê-la – diz.

O relatório do Acrimat em Ação 2013, realizado a partir de uma pesquisa do Imea, aponta que 26% dos pecuaristas realizam cria e 58% o ciclo Completo, ou seja, 84% dos produtores do Estado estão na atividade que menos remunera. Para garantir a permanência da maioria dos produtores na atividade de pecuária de corte e principalmente de cria, a Acrimat elaborou uma proposta de financiamento para o segmento. Essa proposta, apresentada durante a 17ª Reunião Ordinária da Câmara de Política Agrícola e Crédito Rural CPACR/CDA-MT no final de setembro, foi rejeitada pelos conselheiros representantes das entidades que compõem a Câmara.