Em dezembro, o preço médio pago ao produtor teve uma leve queda de 0,2% em relação ao mês anterior. No Rio Grande do Sul, um dos Estados que mais sofreu com a estiagem, houve recuo de 0,5%, com uma média de R$ 0,75 o litro. Já em Minas Gerais, maior produtor do país, a redução foi de 0,7%, com preços na casa dos R$ 0,83 o litro. A média nacional ficou em R$ 0,82 o litro ou R$ 0,89, se considerado os valores de impostos e fretes.
O ano foi difícil aos produtores, que viram o custo de produção disparar. De acordo com o Cepea, o aumento de 9% no salário mínimo, de R$ 622,00 para R$ 678,00, vai pesar significativamente neste ano, aumentando ainda mais a preocupação com a produção.
O produtor Mauro Fraga Ramos já acumula contas em virtude das altas despesas. Em sua fazenda, cria 43 vacas, que geram 17 mil litros de leite por mês. Hoje, ele recebe R$ 0,80 por litro, porém, gasta R$ 0,85 para manter a produção. Em 2011, o custo não chegava a R$ 0,45 por litro.
Devido ao baixo índice de chuva no início da safra, a produção de leite aumentou somente em novembro. De acordo com o índice de captação de leite do Cepea, a região Sul, prejudicada pelo atraso no plantio das pastagens de verão, contabilizou um crescimento pequeno, de apenas 0,8%. Já em Goiás, Bahia e São Paulo, o acréscimo de 9%, e em Minas Gerais, de 6%. Segundo o Cepea, a tendência para 2013 é que os preços continuem estáveis.
Diante do cenário, o produtor Ramos já pensa em diminuir seu rebanho:
– Pelo que a gente está enxergando, vai piorar cada vez mais. Para baixar o custo, tenho que me desfazer dos animais, ficar com 50% a menos para ter um custo só na pastagem, menos concentrado – salienta.