O presidente da Leite São Paulo, Marcello de Moura Campos Filho falou ao Mercado & Cia desta quinta, dia 17, sobre as perspectivas para os produtores de leite do país e principalmente, da região Sudeste.
– Houve uma seca tremenda, as pastagens sentiram muito, com temperaturas muito altas. O gado passou por estresse térmico, o que causa problemas reprodutivos no rebanho – afirmou.
Segundo Moura, a perspectiva para setembro deste ano é de prováveis intervalos maiores entre partos. Este seria um dos desdobramentos do fator climático, que deve repercutir durante todo este ano.
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– O clima afetou muito a produção de comida para o inverno, não temos silagem. E ainda os problemas reprodutivos. Vai ser um ano difícil, de custos elevados e a tendência para ter leite é o preço subir – aponta o presidente.
Importação
Sobre a possibilidade importação de leite, para abastecer o mercado interno, Moura disse que depende de como a indústria vai se posicionar, o comportamento do consumidor e do varejo é vai determinar a necessidade, ou não, de compra de leite fora do país.
– Se a margem for mínima, aí teremos queda de oferta, que só será suprida com importação – sugere.
Para a Leite São Paulo, o setor tende a ter um ano de preços razoáveis para que o produtor possa sobreviver. Isso significa médias entre R$ 1,10 e R$ 1,20.
– Para um bom produtor, os custos devem ficar em torno de R$ 0,90, R$ 0,95. Esse valor de R$ 1,10 é a margem mínima para sustentar a produção – diz Moura.
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