Elda Karmen Scheuer cria suínos há mais de 50 anos. Nos últimos dias, ela tem dividido a atenção que dedica à granja com o noticiário, principalmente no que se trata da cotação da moeda norte americana. Desde o início do mês, a valorização foi de 13,6%. Para quem depende de importação, a alta preocupa.
– É tudo importado, medicamento até que não se usa tanto em granja, porque nós nunca tivemos doenças, mas nós precisamos o premix, o ingrediente que fazemos a ração própria –diz a suinocultora.
Além dos suplementos, a valorização do dólar reflete também no valor do farelo de soja, utilizado na alimentação dos animais. Em quatro semanas, o insumo teve aumento de 20%. A tonelada do farelo passou de R$ 1050 para R$ 1220 em apenas um mês.
– Todas as vezes que nós compramos, o farelo de soja tem o aumento devido, que vai com o aumento do dólar – explica Elda.
O presidente da Associação dos Suinocultores do Rio Grande do Sul (ACSURS) alerta que o custo de produção tende a aumentar ainda mais nos próximos meses.
– Agora, nesse primeiro momento, mesmo com o dólar tendo subido e mesmo que já tenha havido reajuste de preço nessas matérias primas, essas empresas tinham em estoque. Agora, nas próximas compras, nas recomposições de estoque, nas próximas importações desses produtos para formulação desses premix e vitaminas é que vamos saber aonde vai chegar. Por isso, temos uma preocupação no setor que também o preço do suíno não tem tanto espaço para cobrir esse preço de produção – expõe Valdecir Folador, presidente da ACSURS.
Em relação à última semana, o preço do quilo do suíno apresentou um pequeno recuo, fechando a R$ 3,40 .
– Subiu 10% o custo de produção, eu preciso passar para o preço de venda, isso não acontece, porque o preço de venda na hora de comercialização vem em relação à oferta e à demanda de suínos no mercado interno – diz Folador.