Custos na produção de ovos aumentam

Valor deve ser repassado ao consumidor, acredita setorO mercado de ovos começa a se preparar para o aumento das vendas de fim de ano. As indústrias processadoras estão em pico de compra, visando ao consumo de panetones e de produtos natalinos. Ao mesmo tempo, nas granjas, produtores criam estratégias para compensar a alta dos custos, principalmente na alimentação das aves.

Diretor de Mercados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Ricardo Santin participou, na última semana, de um encontro com representantes do setor  e produtores em São Paulo, para discutir a crise na avicultura brasileira. O setor chegou à conclusão que, de agora em diante, será cada vez maior a pressão negativa sobre a produção de ovos.

Os custos de produção subiram nos últimos três meses. O milho está 45% mais caro e o farelo de soja, 90%. Para Santin, a saída no curto prazo está no incentivo do governo ao Prêmio de Escoamento da Produção (PEP) e ao Valor para Escoamento de Produção (VEP).

– Isto vai estabilizar os preços até a entrada da safra americana, e vamos fazer com que o consumo do brasileiro não acabe pagando esta conta de exportação de milho para outros países – afirmou.

Para o diretor-executivo do Instituto Ovos Brasil, José Roberto Botura, não levará mais do que quatro meses para o mercado sentir os reflexos da situação. Ele admite que o consumidor deve passar a pagar mais pelo produto. E que, para o avicultor, a saída será mesmo a diminuição da produção.

Na granja do produtor Wagner Shinoda, a margem caiu 10% em três meses. Como a ração é o que pesa mais nos custos, ele já foi atrás de alternativas pra compensar o milho e a soja: já usa sorgo, girassol e farinha de carne. Outra estratégia para diminuir os custos é antecipar o descarte das aves. Porém, não há como reduzir a produção dos ovos.

– Isso pode ser temporário e, logo em seguida, as aves mais novas vão continuar  produzindo – diz.