Presente em todos os discursos das autoridades, o Projeto de Lei Nº 1.876/1999 – que propõe a revisão do Código – foi fortemente defendido, em virtude da proximidade com a data da votação, prevista para essa quarta, dia 4. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Gonçalves Rossi, ao ser homenageado com a medalha Mérito ABCZ 2011, salientou que a produção nacional está em ascensão e não pode ser afetada pelo Código, criado em 1965 e já defasado.
? O Brasil mantém e protege 55% de toda a vegetação nativa, são oito milhões de hectares preservados. Não aceitamos a invasão de terras produtivas ? afirmou Rossi.
O ministro também anunciou que o Plano Safra 2011/2012, a ser lançado em junho, contará com três linhas de crédito específicas para a pecuária. A primeira trata da renovação de pastagens, com ênfase em melhoria de produtividade, e abrangerá atividades como correção de solo, adubação, manejo e melhorias genéticas nas gramíneas degradadas. As outras duas linhas incentivarão a retenção e a aquisição de matrizes. Segundo Wagner, o Brasil não possui financiamentos destinados ao segmento, fazendo o produtor trabalhar sem segurança.
Também homenageada pela ABCZ, a senadora Kátia Abreu assegurou que os produtores rurais são os responsáveis pela matéria prima do mundo e por abastecer a população, no entanto, estão sendo vistos como vilões e apontados como os responsáveis pelo aquecimento global. Para encerrar as atividades, o presidente da ABCZ, Eduardo Biagi, corroborou em discurso a defesa dos demais à produção agrícola e, consequentemente, à aprovação do Projeto de Lei.
? Não estamos tratando da produção de artigos de luxo ou supérfluos, estamos tratando da produção de alimento, de energia renovável e de matérias-primas essenciais, conciliando o aumento do volume de produção com a preservação dos recursos naturais. Construímos um dos sistemas produtivos mais avançados do mundo ? finalizou Biagi.
Além do Ministro da Agricultura e da Senadora Federal, outras personalidades também foram homenageadas com a medalha de Mérito ABCZ 2011:
Alice Maria Barreto Prado Ferreira
Primeira mulher a presidir a ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil), entre os anos de 2005 e 2008. A pecuarista paulista realiza o trabalho de seleção de nelore PO e de produção de tourinhos Premium, reconhecido em todo o país. Em 2006, conquistou o prêmio “As Mulheres Mais Influentes do Brasil”, concedido pela Revista Forbes.
José João Salgado Rodrigues dos Reis
Criador de gir leiteiro desde os anos 1960, José fundou duas décadas depois a ABCGIL (Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro). Presidente da associação desde o início, foi o responsável pela assinatura do convênio com a Embrapa Gado Leite para implantação do Teste de Progênie da raça.
Luiz Fernando Paranhos Ferreira
Pioneiro na abertura do Oeste baiano para implantação dos projetos de pecuária nos anos 1970, o pernambucano iniciou o trabalho de produção com a raça nelore PO. Foi presidente da Associação de Nelore entre os anos 1972 e 1975 e também participou da administração da ABCZ nas décadas de 1980 e 90. Ferreira dedicou 55 anos da sua vida ao agronegócio brasileiro nos Estados de Pernambuco, Minas Gerais e Bahia.
Norival Bonamichi
Fundador da Ourofino, atualmente é um dos maiores produtores de medicamentos veterinários do Brasil. A empresa registrou crescimento de 25% na última década e foi a primeira a conquistar o prêmio Mater os Business de Empreendedor do Ano, da Ernst &Young. Por sua trajetória, Norival conquistou o prêmio Empreendedor do Ano de 2004.
Pedro Augusto Ribeiro Novis
Com um plantel premiado nas pistas de várias exposições, Novis seleciona exemplares da raça nelore na Fazenda Guadalupe. O bom desempenho do criatório colaborou com a ampliação dos negócios, firmando parceria com a EAO Empreendimentos. O pecuarista também integra o Grupo JOP, formado por criadores que importam genética Ongole da Índia. Na ACNB, alcançou a vice-presidência e hoje é executivo da Construtora Odebrecht.
Avelino Ureña Ramos
Médico Veterinário no Panamá, Avelino teve participação decisiva na assinatura do protocolo sanitário entre Brasil e Panamá, em 2009. Foi um dos principais responsáveis, quando diretor nacional da pecuária no Ministério do Desenvolvimento Agropecuário daquele país, pela abertura do comércio bilateral com Brasil.