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Demanda de leite surpreende e preço sobe pelo quinto mês consecutivo

Produção segue baixa e nem mesmo a chegada da safra sulista fez com que o quadro se alterasseA menor produção de leite neste período de entressafra e a demanda firme - que tem surpreendido agentes do setor - impulsionaram os valores pagos aos produtores pelo quinto mês consecutivo.

Em junho, o valor bruto do leite pago ao produtor, que inclui frete e 2,3% do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, atingiu R$ 1,0178/litro -média ponderada pelo volume captado em maio nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. O reajuste em relação ao mês anterior foi de 3,3%. Na comparação com junho de 2012, o acréscimo foi de expressivos 11,7% em termos reais, descontando-se a inflação do período. O preço líquido recebido pelo produtor chegou a R$ 0,9420/litro em junho, aumento de 3,6% frente ao mês anterior.

A oferta de leite no campo continua restrita; nem mesmo a chegada da safra sulista fez com que o quadro se alterasse. Agentes consultados pelo Cepea explicam que a produção do Sul do Brasil não veio com a força esperada, avançando somente 0,72% em relação a abril, de acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite). Porém, considerando-se todos os estados da pesquisa, a captação recuou 1,22%, sendo Minas Gerais o que teve maior diminuição do volume (4,1%).

Simultaneamente, as condições para importação não estão favoráveis devido ao dólar valorizado e à menor oferta mundial de leite em pó – que eleva os preços internacionais. Essa baixa disponibilidade de leite, aliada à demanda firme pelo consumidor, provocam grande disputa pela matéria-prima entre as indústrias, com reflexos sobre os preços aos produtores e dos derivados lácteos.

Cenário

Os preços relativamente bons recebidos pelo produtor desde o início do ano até criaram expectativas de aumento nos investimentos com alimentação das vacas, mas não é o que se observa. O mais comum tem sido produtores aproveitando ao máximo as pastagens, no intuito de conter os gastos – os elevados custos de produção ao longo de todo o ano passado frearam o ímpeto dos produtores.

Outro aspecto relatado por agentes consultados pelo Cepea neste mês foi a redução do teor de sólidos, o que é influenciado, entre outros motivos, pela alimentação dos animais. A diminuição desse atributo que confere qualidade à matéria-prima, por sua vez, prejudica o rendimento da indústria, que precisa usar maior volume de leite para produzir derivados.

Para o próximo mês, a expectativa dos representantes de laticínios/cooperativas continua sendo de alta nos preços. Mais de dois terços dos compradores ouvidos pelo Cepea, que representam 73,9% do leite amostrado, acreditam que haverá novo aumento de preços em julho. Os outros 28,6%, que representam 18,5% do volume captado, indicam estabilidade nos preços. Somente 3,1% dos agentes sinalizam queda para julho.

Em relação aos derivados, no segmento atacadista do estado de São Paulo, é evidente o reflexo do baixo volume captado pelos laticínios/cooperativas nos preços. Representantes destes estabelecimentos relatam que, mesmo com o aumento dos preços dos derivados, a demanda pelo consumidor não enfraqueceu como esperado. Este fato forçou algumas empresas até mesmo a cortar pedidos maiores para que pudessem atender a todos os clientes.

Em junho (cotação até o dia 27), o leite UHT teve média de R$ 2,17/litro e o queijo mussarela, de R$ 12,33/kg, aumentos de 3,5% e de 3,1%, respectivamente, em relação a maio. Essa pesquisa do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

Preço ao produtor

Em junho, o preço bruto pago ao produtor de Goiás continuou sendo o maior dentre os estados que compõem a “média Brasil”, alcançando R$ 1,0772/litro, alta de 4,1% em relação a maio. Logo em seguida vem São Paulo, onde a média foi de R$ 1,0449/litro, acréscimo de 4,9%; Minas Gerais, que teve reajuste de 3,1%, com o litro a R$ 1,0385.

No Paraná, a alta foi de 1,7%, com a média atingindo R$ 0,9758/litro em junho. No mesmo sentido, Santa Catarina obteve aumento de 2,2% e a média passou para R$ 0,9705/litro. Os estados que tiveram as menores médias foram Bahia e Rio Grande do Sul, sendo que, no primeiro, houve incremento de 3,7% e no segundo, de 2,5%, com as médias a R$ 0,9645 e a R$ 0,9300/litro, respectivamente.

Entre os estados que não compõem a “média Brasil” considerada pelo Cepea, houve comportamentos distintos. O maior preço foi verificado no Rio de Janeiro, onde o litro alcançou R$ 1,0581, aumento de 1,5%. Na sequência esteve o Ceará, com média estadual de R$ 0,9969/litro, mas queda de 2%. No Espírito Santo, os preços permaneceram praticamente estáveis, com leve aumento de 0,4% (0,3 centavo/litro) e média a R$0,9935/litro. Em Mato Grosso do Sul, o movimento foi baixista, e o preço pago ao produtor caiu 1,4%, com o litro a R$ 0,9161.

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