– A alta foi justificada pelo menor volume de boi de coxo em confinamento no período até agosto, setembro. Entre aspas, faltou boi para atender a demanda. Em outubro, normalmente, você tem a concentração de coxo porque tem o preço referenciado na bolsa. Ele é atrativo para quem vai confinar. Ou seja, ele vê o preço na bolsa, fecha o preço e se sente mais confortável.
Outro motivo da recente queda é a diminuição nas exportações em função do embargo russo, anunciado no fim de setembro. De acordo com analistas, a restrição a 10 frigoríficos brasileiros, um de carne suína e nove de carne bovina, fez com que houvesse um aumento na oferta de boi e uma sobra de carne no mercado.
– O boi parou de subir no dia em que saiu essa notícia. Ele perdeu força porque sabidamente tem mais carne aqui dentro. Como nossa base de exportação é muito maior do que três, quatro anos atrás, o volume de exportação está excepcional. Isso acabou justificando o preço da arroba. A Rússia acabou de abrir seis unidades, nenhuma das que foram embargadas. Porém, a gente acredita que esse fluxo vai se normalizar até o fim do ano – acrescenta Micheloni Jr.
A expectativa é de que os preços do boi gordo voltem à normalidade. Na última sexta, dia 12, os russos autorizaram a exportação de carne de seis frigoríficos dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás. Algumas plantas estavam embargadas desde 2010. A Rússia recebe cerca de 30 mil toneladas de carne bovina por mês, sendo o segundo principal destino das vendas do produto brasileiro, apenas atrás Hong Kong. Para o agente de investimento André Bartolomei, a partir de agora, não deverão ocorrer mais quedas como esta.
– Daqui para frente, acredito muito que o preço fique estável porque nós tivemos altas muito fortes em períodos muito curtos, e depois dessas altas, veio a realização. Com o aumento da oferta, tivemos um recuo do preço. Olhando em um horizonte de curto e médio prazo, eu acredito em uma estabilidade tanto no mercado futuro quanto no físico.