Descargas elétricas causam prejuízos à pecuária

Em apenas três meses, quatro casos de mortes de bovinos foram contabilizados em uma fazenda de São José dos Campos (SP)O Brasil é o país que tem a maior concentração de raios de todo o mundo: são 57 milhões por ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Só no Estado de São Paulo, são mais 2,3 milhões por ano. Um fenômeno da natureza que traz muitas perdas, também para a pecuária.

De acordo com o INPE, no verão é que ocorrem 70% dos raios. Nos meses de janeiro e fevereiro, acontecem as tempestades mais intensas. No campo, a pecuária sofre as consequências e a morte de animais por causa de descargas elétricas, por exemplo, é mais comum do que se imagina.

Em uma fazenda de São José dos Campos, um único raio chegou a causar a morte de 23 bovinos que estavam no local. Segundo o administrador da fazenda, Renato Barbosa Figueira, este é o quarto caso de morte de animais após tempestades na região em apenas 90 dias.

– A morte de animais em pasto é muito comum durante tempestades porque a descarca elétrica do raio produz uma corrente muito intensa no solo. Quando o animal não morre com uma descarga elétrica direta, ele pode ser atingido pela corrente que se dissipa pelo solo. É muito difícil de prever e evitar essa situação – afirma o pesquisador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do INPE, Dailton Guedes.

Com a recente perda dos animais, Figueira calcula um prejuízo de cerca de R$ 20 mil.

– É dificil, porque o prejuizo é grande, mas se corre o risco. Todos os animais estão correndo o risco, você não tem como proteger – aponta o administrador da fazenda.

Como prevenção, Dailton Guedes sugere que as cercas da propriedade sejam seccionadas, ou seja, passem por uma espécie de interrupção dos fios.

– A cerca é feita de fios de aço que conduzem corrente elétrica. Em algum ponto da região que a cerca for atingida, a corrente vai fluir por esse fio de aço. Então, a gente recomenda aos proprietários que eles seccionem a cerca, que aí evita que a corrente circule. O seccionamento é você evitar que o fio, que a parte metálica, tenha continuidade. Tem que ser interrompida de trecho em trecho para que não haja contato, além de aterrar as duas extremidades – explica o pesquisador.

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