De acordo com o INPE, no verão é que ocorrem 70% dos raios. Nos meses de janeiro e fevereiro, acontecem as tempestades mais intensas. No campo, a pecuária sofre as consequências e a morte de animais por causa de descargas elétricas, por exemplo, é mais comum do que se imagina.
Em uma fazenda de São José dos Campos, um único raio chegou a causar a morte de 23 bovinos que estavam no local. Segundo o administrador da fazenda, Renato Barbosa Figueira, este é o quarto caso de morte de animais após tempestades na região em apenas 90 dias.
– A morte de animais em pasto é muito comum durante tempestades porque a descarca elétrica do raio produz uma corrente muito intensa no solo. Quando o animal não morre com uma descarga elétrica direta, ele pode ser atingido pela corrente que se dissipa pelo solo. É muito difícil de prever e evitar essa situação – afirma o pesquisador do Grupo de Eletricidade Atmosférica do INPE, Dailton Guedes.
Com a recente perda dos animais, Figueira calcula um prejuízo de cerca de R$ 20 mil.
– É dificil, porque o prejuizo é grande, mas se corre o risco. Todos os animais estão correndo o risco, você não tem como proteger – aponta o administrador da fazenda.
Como prevenção, Dailton Guedes sugere que as cercas da propriedade sejam seccionadas, ou seja, passem por uma espécie de interrupção dos fios.
– A cerca é feita de fios de aço que conduzem corrente elétrica. Em algum ponto da região que a cerca for atingida, a corrente vai fluir por esse fio de aço. Então, a gente recomenda aos proprietários que eles seccionem a cerca, que aí evita que a corrente circule. O seccionamento é você evitar que o fio, que a parte metálica, tenha continuidade. Tem que ser interrompida de trecho em trecho para que não haja contato, além de aterrar as duas extremidades – explica o pesquisador.