? Não está se fazendo um leilão com um boi qualquer, em uma fazenda qualquer, numa situação totalmente normal ? disse ele, em entrevista ao Mercado e Companhia, nesta terça-feira, dia 22.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ofertou 3,048 mil cabeças na segunda-feira, dia 21. Mesmo contestando a tese de fracasso das tentativas de leiloar o gado da Operação Boi Pirata, Montiel admitiu que o governo estuda outras formas de vender os animais.
A previsão era leiloar as mais de 3 mil cabeças de gado e doar a arrecadação para o programa Fome Zero, do Ministério do Desenvolvimento Social. Apesar disso, Flávio Montiel afirmou que a principal finalidade do governo não é arrecadar, mas cumprir a ordem da Justiça.
? Se isso puder estar associado a uma destinação social do gado, é melhor ainda. O governo atinge duas metas ? disse o diretor do Ibama.
Ainda de acordo com Flávio Montiel, o gado apreendido estava em terras públicas que haviam sido griladas e que foram, posteriormente, convertidas em áreas de conservação.
? Mesmo assim o proprietário continuou desmatando. É um crime duplamente qualificado por não respeitar a área de conservação.
Montiel ressaltou que foi dado um prazo de um ano e meio para que os pecuaristas retirassem o gado da área sem prejuízo. Segundo o diretor do Ibama, eles não acreditaram que os animais poderiam ser apreendidos. E destacou que a Operação Boi Pirata foi realizada com base em decisão judicial.
? Se houver uma decisão judicial contrária à retirada desse gado, caso o leilão seja realizado, será feito um depósito em juízo para que, quando a decisão for decidida na Justiça, se possa ver se é o caso de ressarcir ou indenizar o proprietário desse gado ? explicou Flávio Montiel.
O diretor do Ibama descartou qualquer risco de que o ganhador do leilão do gado da Operação Boi Pirata deixe o pregão sem a garantia de retirada da mercadoria.