Um exame de triagem teria denunciado a doença. Um dos cavalos foi removido do local e, o segundo, está mantido em isolamento no próprio parque. A determinação é de que nenhum animal entre ou saia do parque. Caminhões e outros veículos utilizados para transporte de animais também não têm permissão para acessar o local. Ainda não foi anunciada nenhuma restrição ao trânsito de pessoas pelo parque e, até segunda ordem, as provas previstas na programação do evento devem ser realizadas normalmente.
As suspeitas da doença iniciaram na noite de quarta, dia 17. Um exame de contraprova será realizado na sexta, dia 19, para esclarecer as suspeitas. Uma equipe técnica da Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo foi mobilizada e deve vir de Campinas (SP) para o parque para recolher o material necessário para os exames. O prazo para a divulgação dos resultados é de até 48 horas, mas espera-se que antes disso já se tenha uma posição sobre o caso.
Em reunião com os criadores, a organização do evento garantiu que, caso as suspeitas sejam confirmadas, medidas mais severas de proteção devem ser tomadas. Segundo relatos, os participantes estariam preocupados com a possibilidade de haver uma ordem de quarentena para todos os animais presentes no evento.
O mormo é uma doença contagiosa dos equinos (cavalos, asnos e mulas), causada por uma bactéria e transmissível ao homem e a outros animais. Os principais sintomas são febre, secreção nasal com pus e sangue, ínguas e, na forma mais grave, ataca os pulmões. A taxa de mortalidade é alta. Não há cura, nem vacina para a doença.
De acordo com o Regulamento Animal ABQM, elaborado para instruir criadores sobre as normas do evento, são exigidos atestados de sanidade animal e de Anemia Infecciosa Equina (AIE) dos equinos. No documento, fica claro que nenhum animal pode ingressar no recinto da exposição sem o acompanhamento de atestados de sanidade fornecidos por veterinários inscritos no Conselho Regional de Medicina Veterinária.
A ABQM informa que não se responsabiliza por mortes, acidentes ou danos ocorridos aos animais durante o congresso. Segundo a organização, ao serem admitidos no recinto, todos os animais são obrigatoriamente inspecionados por médico veterinário (responsável técnico), somente sendo permitido o ingresso de animais declarados sadios, livres de ectoparasitas e doenças de pele. Equinos suscetíveis, que tiveram contato com animais doentes, ou suspeitos de terem doenças transmissíveis ou alérgicas não são permitidos no local.
Na segunda, dia 15, um dia antes do íncio do evento, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo publicou a Resolução SAA 19, que determina exigências a serem cumpridas por proprietários, transportadores, depositários, promotores de eventos e todos aqueles que possuem equídeos em seu poder ou guarda.
A legislação estabelece que todos os equídeos em trânsito no Estado, independente da origem, do destino e da finalidade, deverão estar acompanhados da Guia de Trânsito Animal (GTA) e dos seguintes documentos zoosanitários:
– resultado de exame negativo de fixação de complemento para mormo, dentro do seu prazo de validade de 60 dias;
– resultado negativo para o exame de Anemia Infecciosa Equina (AIE), dentro do seu prazo de validade de 60 dias;
– atestado de vacinação contra a Influenza Equina, dentro do seu prazo de validade de 360 dias;
– atestado veterinário de ausência de sinais clínicos de doenças infecto contagiosas;
– demais documentos zoosanitários e fiscais que fizerem necessários, exigidos pela legislação sanitária animal pertinente.