Kaefer, juntamente com a Unibrax, fez uma proposta de R$ 250 milhões, a melhor das cinco apresentadas para a aquisição de ativos do Independência. Mesmo assim, cobria apenas 35% do valor dos ativos da companhia e os deságios chegavam a 92,72%. Além disso, o maior prazo de pagamento sugerido foi até 2041, com carência de três anos.
A oferta de compra de Kaefer-Unibrax foi rejeitada juntamente com o leilão dos ativos e o Independência foi comprado pelo Grupo JBS (a finalização do negócio ainda está em processo). Na assembleia convocada para votarem as propostas, em outubro do ano passado, os credores questionaram a capacidade de pagamento pelo deputado federal.
Na reunião, quando foi pedido para que o representante da Kaefer se apresentasse para discutir a proposta, os advogados Deborah Valcazara e Michael Altit, do escritório Motta, Fernandes Rocha Advogados, intercederam. Eles informaram que, em 2009, um grupo de credores internacionais do Diplomata, empresa de Kaefer, entrou com uma ação de execução em Cascavel, no Paraná, ainda em processo de avaliação, no valor de R$ 80 milhões. Neste ato, 100% das ações do Diplomata seriam penhorados para os credores. Além disso, na época havia rumores no mercado de que o Diplomata estaria à venda e um dos interessados seria a Globoaves, do Grupo Kaefer, mesma família do deputado.
Um representante da companhia, na ocasião, garantiu os pagamentos com o dinheiro obtido com a própria operação das unidades e de recursos de um parceiro estratégico na aquisição. Também havia informado que a empresa do deputado Kaefer era sólida, tinha 35 anos de existência, e faturou, em 2010, R$ 1,2 bilhão.