? Vale ressaltar que é um crescimento bom e importante porque é feito sobre uma base alta. O leite longa vida é um produto presente hoje em 85% dos lares brasileiros. É um produto de alto consumo ? afirma.
E as empresas se beneficiam disso. A Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil) ficou ainda maior este ano. Até 2010, tinha capacidade para beneficiar 400 mil litros de leite por dia. Vai fechar 2011 ampliando a linha de produção para 600 mil litros. O presidente da cooperativa, João Bosco Ferreira, calcula também o lucro que vai ter com uma nova fábrica em construção no Nordeste. O laticínio deve ficar pronto em dois anos em Caruaru, Pernambuco.
? Nós estamos presentes em 18 Estados e o Nordeste é a região que mais cresce no país. O que nos motivou é o alto poder aquisitivo daquela região ? explica.
O bom momento do setor foi comemorado por empresários durante encontro em São Paulo, na semana passada. Mas não se deixou de falar também de crise. Um dos problemas é a importação. Em 2011, segundo a ABLV, deve entrar no Brasil mais de 1 bilhão de litros de leite, na forma de queijos e leite em pó, o que pode inclusive fazer despencar os preços para o produtor.
? Esse produto chega ao Brasil a preços muito abaixo dos possíveis de serem fabricados tanto pelos produtores, quanto pela indústria. A partir deste mês, com a entrada da safra, se a importação continuar nos níveis atuais, isso tende a gerar um excesso de oferta e uma depressão nos preços, principalmente para o produtor rural, que fatalmente vai ser penalizado ? afirma Barbosa.
Sem acordo
> A quarta reunião do setor lácteo para renovar o acordo bilateral de limitação voluntária das exportações argentinas para o mercado brasileiro, realizada na semana passada em Buenos Aires, terminou sem sucesso.
> Os argentinos apresentaram uma proposta para ampliar a cota para 4,4 mil toneladas de leite em pó por mês, enquanto os brasileiros querem manter 3,3 mil toneladas/mês.
> O acordo firmado entre os setores privados dos dois países no ano passado, com o aval dos governos, expirou em abril deste ano. O pacto limitava as importações a 3,3 mil toneladas de leite em pó por mês.
> Como não existe acordo, os argentinos exportaram para o Brasil de janeiro a agosto deste ano 32 mil toneladas de leite em pó, que correspondem à média de 4 mil toneladas por mês.