Para o analista de mercado da Scot Consultoria, Alex Lopes da Silva, a situação precisa ser contornada para não dar a outros mercados a impressão de insegurança alimentar.
– Essa repercussão internacional está levando outros países a embargarem – avalia Silva.
No entanto, o analista diz que embargos da Rússia e do Irã não devem ser confirmados, pois esses países seguem padrões sanitários semelhantes aos da União Europeia, que já declarou que não suspenderá as importações.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, o pior impacto é a quebra de sequência do processo comercial. Na avaliação do dirigente, as nações que embargaram a carne brasileira não adotaram os procedimentos corretos preconizados pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
– Esses países são produtores de outras mercadorias. O Japão, por exemplo, quando teve a infelicidade do tsunami, foi o primeiro a pedir clemência – critica Camardelli.
Mais dois países confirmaram barreira à carne brasileira, Egito e Arábia Saudita. Segundo o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Inácio Kroetz, a contaminação do animal foi um caso raro.
– O Paraná e o Brasil fizeram um bom trabalho de pesquisa e de prevenção, detectaram o caso e comunicaram o mundo.
Adesão infundada
No dia 7 de dezembro, o governo brasileiro comunicou a descoberta de um caso não clássico de vaca louca em um animal morto em 2010 no município de Sertanópolis (PR). No mesmo dia, procurou esclarecer o fato e informou que a Organização Mundial de Saúde Animal não alterou o status do Brasil para a doença, que é de risco insignificante.
Um dia depois, o governo japonês anunciou a restrição temporária às importações da carne brasileira.
No dia 13 de dezembro, outros dois países também aderiram à restrição temporária sobre a carne brasileira: China e África do Sul. A mais recente adesão aos embargos foi a do Egito, que decidiu restringir a compra de carne do Paraná.