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Embargo russo às carnes brasileiras completa um ano

Governo brasileiro aponta novas negociações em meio ao ceticismo do setor exportadorHá exato um ano, o governo da Rússia impunha um embargo à entrada de carne suína, bovina e de aves produzida em 85 plantas de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Apesar das 16 tentativas brasileiras de reabertura do mercado russo, de acordo com o secretário de Relações Internacionais de Agronegócio do Ministério da Agricultura (Mapa), Célio Porto, as restrições ao Brasil continuam dividindo posições no setor de carnes.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, a lentidão do governo brasileiro para entregar os documentos exigidos pela Rússia contribui para a demora no desfecho.

– Há uma gestão muito deficiente do Ministério da Agricultura. Não posso demonstrar otimismo pois nada foi cumprido – critica Neto.

A suinocultura foi a mais prejudicada pelo imbróglio. Até agosto de 2011, os russos eram responsáveis pela compra de 52,6% da carne suína brasileira. No último levantamento da Abipecs, divulgado nesta semana, a entidade apontou queda de 47,50% em volume e em 48,62% em receita nas exportações para a Rússia de janeiro a maio deste ano, em comparação com o mesmo período de 2011.

– Houve um esforço de vendas para Hong Kong e Ucrânia, mas mesmo assim ainda não compensa. As vendas para a China ainda estão muito lentas – afirma o representante da Abipecs.

O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, aponta o plano russo de alcançar autossuficiência na produção de carnes como o principal entrave para a reabertura de mercado. Turra, no entanto, acredita que a participação efetiva da presidente Dilma Rousseff nas tratativas poderia acelerar um acordo.

– Sempre defendi a interferência da presidente Dilma Rousseff nas negociações. Faltou boa vontade dos russos de entender a qualidade e a importância do nosso produto – explica, lembrando o episódio semelhante vivido em 1999, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso envolveu-se diretamente nas negociações.

De acordo com o Mapa, nos últimos 12 meses, 35 estabelecimentos foram autorizados a voltar a comercializar. Do total, 10 são empresas de frango, 15 de bovinos, quatro de suínos, dois de envoltórios (processamento de embutidos), dois de miúdos e dois de indústria de rações. Está prevista para a primeira quinzena de julho uma missão veterinária russa ao Brasil, última aposta do Ministério.

Sobre a crise vivida pela suinocultura brasileira, o ministro Mendes Ribeiro Filho disse que não há relação direta com o embargo russo.

– Aparentemente o problema reside na elevação dos custos de produção com milho e soja e na crescente concentração industrial nesse setor. A indústria não está repassando seus ganhos para os produtores – defende, acrescentando que a abertura de mercados, como China, Estados Unidos e Japão sinalizam novas alternativas para a agropecuária brasileira.

Segundo o Mapa, para atender às normativas impostas ao mercado brasileiro, 228 veterinários foram treinados no último ano com as normas aduaneiras. Também foram supervisionados 162 estabelecimentos exportadores de produtos de origem animal para a Rússia.

>> Confira a entrevista exclusiva do secretário de Relações Internacionais de Agronegócio do Mapa, Célio Porto, ao RuralBR

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