– Sem dúvida, do ponto de vista de commodities agrícolas, é positivo. A Rússia tem um potencial de grande consumidor de commodities agrícolas, não só de carne – disse.
Segundo ele, o governo brasileiro habilitou 90 plantas frigoríficas para exportar ao mercado russo e a tendência é de que o volume de carne suína e bovina vendida para a Rússia cresça.
– O embargo da Rússia aos Estados Unidos abre uma janela para exportação. O país é um grande consumidor de carne e grãos – afirmou.
O governo russo anunciou hoje que irá suspender a compra de produtos dos EUA, União Europeia, Canadá, Austrália e Noruega. O gesto foi uma resposta às sanções da Europa e dos EUA envolvendo a anexação da Crimeia.
O presidente Vladimir Putin formalizou a imposição de restrições à importação de produtos agrícolas de qualquer país que tenha aderido ao bloqueio contra Moscou por causa da crise na Ucrânia. A medida aprofunda a crise entre Ocidente e russos, mas abre as portas para um aumento das exportações brasileiras.
Na avaliação de Paludo, o movimento político do Kremlin pode ter um efeito parecido com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2011, quando houve um “abalo sísmico” no mercado de commodities agrícolas.
– O embargo é uma grande oportunidade do mercado e do governo para trabalhar para exportar milho e soja (à Rússia). Do mesmo jeito que aconteceu um processo de revolução há 12 anos atrás, talvez a gente esteja vendo um processo que pode causar uma revolução na exportação brasileira – afirmou.
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Rússia quer importar mais de países sul-americanos
O governo russo convocou para esta sexta, dia 8, uma reunião com representantes diplomáticos de países sul-americanos, entre eles o Brasil, para tratar do aumento de exportações para o país, depois da decisão da Rússia de bloquear as importações de Estados Unidos e União Europeia. O interesse maior é aumentar a importação de frutas e vegetais, hoje fornecidos basicamente pelos países europeus.
De acordo com o ministro conselheiro da embaixada brasileira em Moscou, Miguel Griesbach, o governo russo pretende apresentar as necessidades de importação e verificar a disponibilidade dos sul-americanos em suprir o mercado.
Na quarta, dia 6, uma missão do Ministério da Agricultura já acertou o aumento de exportação de laticínios. O encontro determinou a liberação de certificados sanitários para as empresas brasileiras, que devem começar a abastecer o mercado russo em breve.