Cerca de 71% das exportações do Rio Grande do Sul são direcionadas para a Rússia, por isso o impacto será maior a esses produtores. A partir da medida do governo russo, a tendência é de que grande parte da produção seja redirecionada para o mercado interno, pressionando as cotações para baixo, avaliam consultores e líderes do segmento.
Já castigados pelos altos custos, que tiveram aumento de 50% nos últimos 12 meses devido à alta da saca do milho e do farelo de soja, componentes básicos para a alimentação dos animais, e pela produção desvalorizada, os suinocultores estão apreensivos.
? Não é justo que o produtor pague a conta. A margem de lucro já é baixa ? afirma o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Valdecir Folador.
A projeção feita pelo presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, indica ainda queda de até 20% nos valores de cortes nobres da carne bovina como picanha e filé, e de 10% no preço do frango. O que deverá aumentar o apetite do consumidor:
? A maior preocupação é com a carne suína, pois o Estado absorve apenas 17% da produção. A solução será a busca por mercados alternativos.
Na avaliação do consultor de pecuária de corte da Federação da Agricultura do Estado, Fernando Adauto, o embargo não será tão problemático. A justificativa é que, no período de entressafra, que vai de 15 de junho a 15 de agosto, há uma redução de até 50% na oferta. Outra saída, aponta o presidente do Sindicato da Indústria da Carne no RS, Ronei Lauxen, é o redirecionamento da carne para outros mercados exportadores como o Irã e a Venezuela.