Embora os números de janeiro ainda não estejam fechados, o presidente da entidade, Ronei Lauxen, explica que a redução na escala tem sido tema recorrente de conversas com representantes de frigoríficos e ocorre em praticamente todo o Rio Grande do Sul:
? Ou o boi não está pronto, ou está difícil de conseguir.
Um quadro muito diferente do último ano, quando as empresas recuperaram um bom patamar de abate, como observa Lauxen, atingindo um crescimento de volume mais de 20% na comparação com 2009 (veja quadro). Nos últimos sete meses, o movimento considerado normal girava em torno de 130 mil a 150 mil cabeças abatidas por mês. Ainda que não exista risco de o produto faltar, o reflexo do atual cenário pode vir embutido no preço: o custo na compra do boi teve aumento de 5%, valor que, segundo a Associação Gaúcha de Supermercados ainda não chegou ao varejo.
Administrador de duas propriedades da família, uma em Aceguá e outra em Bagé, onde são criadas cerca de 4 mil cabeças ? entre brangus e cruzas industriais ?, Paulo Ricardo Dias vende gado para uma planta da Marfrig e estima que tenha diminuído o volume entre 10% e 15%, situação que se repete em outras fazendas da região.
Também vice-presidente da Associação/Sindicato Rural de Bagé e membro da diretoria da Federação da Agricultura do Estado, Dias afirma que o fato de a seca ter começado ainda na primavera provocou um atraso no ciclo natural das pastagens, fazendo com que o animal tivesse um desenvolvimento mais tardio.
A escassez de chuva no período de monta traz outra preocupação: a produção de terneiros, cuja redução pode chegar a 20% na região. E ainda que a normalização da situação dependa do clima, o pecuarista se mantém otimista em relação ao futuro.
? Teremos atraso, mas vamos conseguir aprontar o gado ? acredita.
Nessa sexta, dia 21, com a confirmação de Dom Pedrito, chegou a 13 o número de municípios em emergência. A Defesa Civil continua o envio de cestas básicas. Hulha Negra recebeu 12 toneladas de alimentos e duas pipas para abastecimento de água.