– Ainda não está claro o quanto nós perdermos na produção de bezerro e o quanto nós perdermos na recria. Com a seca, houve queda na qualidade e no peso médio do bezerro produzido neste ano. Esse é um cenário que leva a crer que o choque da oferta não acabou – avalia Sérgio De Zen, professor da Escola Superior de Agricultura (Esalq) da USP e pesquisador do Cento de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Segundo cálculos iniciais feitos pelo Cepea, a seca deste ano pode ter reduzido em cerca de duas arrobas o peso médio do boi gordo abatido em Estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná. Segundo Zen, considerando que o Centro-Sul representa aproximadamente 50% das venda de bois no país, essa redução no peso pode representar uma perda de até um mês de abate no Brasil.
A perspectiva de outros analistas que participam de encontro promovido pela Scot Consultoria também é de que o cenário de escassez de oferta de boi gordo neste ano deve permanecer em 2015. Com isso, os preços da arroba tendem a permanecer firmes no mercado físico.
– Um crescimento significativo da oferta no país só deve acontecer em 2016. No ano que vem ainda vamos ter espaço para novas valorizações da arroba – diz Otávio Celidonio, superintende do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).