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O produtor conta que por dia está conseguindo cerca de 850 litros de leite, cerca de 10% abaixo do que normalmente tira neste período. A estiagem, que chegou de surpresa na região, é o principal fator responsável pela queda. Por enquanto, Terra considera que a produção está sob controle, já que ainda há ração no estoque. Ele diz estar preocupado, pois não sabe até quando isso vai segurar. Para piorar, o milho que foi plantado para fazer farelo para os animais não vingou.
O pasto secou e os animais já começam a sentir as altas temperaturas. Segundo Terra, preferem ficar na sombra, se locomovem menos e não se alimentam direito, o que provoca problemas na reprodução e no rendimento. Para tentar minimizar os efeitos do calor excessivo, o produtor se vê obrigado a aumentar em cerca de 25% os custos de produção.
A Cooperativa de Laticínios do Médio Vale do Paraíba (Comevap) reúne mais de 400 produtores. Segundo o diretor de produção da Comevap, Expedito Ibraim Viterbo, as consequências da estiagem já refletem na produção dos derivados do leite. Aqueda no volume entregue pelos produtores chega 15%.
– Até novembro/dezembro, nós estávamos com uma produção de 150 mil litros. Ela foi diminuindo e no mês de janeiro fechamos com uma média de 132 mil, o que ocasionou essa queda de 12 a 15% – salienta.
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Com a matéria prima cerca de 10% mais cara, a cooperativa já estuda repassar o reajuste para o consumidor final.
– Vamos aumentar para o produtor, acredito que uns 10%, o que provavelmente vai ser repassado para o comércio – diz.
No cenário nacional, o abastecimento ainda se mantém estável. Os estoques têm segurado a demanda e feito os preços apresentarem pequenas quedas nós últimos meses, saindo de R$ 1,12 para R$ 1,00 o litro do leite. O principal receio nesse momento, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite do Brasil), Jorge Rubez, é que a falta de chuva prejudique a recuperação das pastagens em outras regiões do país, o que pode fazer o preço disparar e até faltar produto.
