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Estratégia de redução da produção afeta bolso dos avicultores integrados

Indústrias tentam compensar excesso de carne de frango no mercadoA avicultura brasileira está sentindo ainda os reflexos da excessiva oferta de carne de frango no mercado, devido ao aumento de produção nas granjas no fim do ano passado. Por isso, nos três primeiros meses de 2012, a indústria de diminuir o abate e mudar o sistema de criação nas granjas. Produtores que trabalham no sistema de integração não gostaram das mudanças.

A reclamação partiu de um criador de São Paulo, que prefere não se identificar. Ele é de uma família tradicional na avicultura. O pai dele cria frangos há mais de 40 anos. O produtor diz que a estratégia da indústria está inviabilizando os negócios na granja.

Por causa da oferta de carne, as indústrias diminuiram a quantidade de pintinhos nos alojamentos neste inicio do ano, aumentaram a escala de produção e esticaram o prazo de pagamento para os produtores cooperados.

Na granja do avicultor, o espaçamento entre um ciclo e outro de criação aumentou de 15 para 25 dias. O pagamento que antes era feito duas semana depois que os frangos iam para o abate agora leva um mês.

– A indústria conversa com a gente, diz que o momento tá difícil, que não pode remunerar melhor. Mas parece que este momento difícil nunca acaba – desabafa.

O presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA) diz que todas as mudanças foram comunicadas com antecedência aos cooperados e que foram necessárias para conter a produção. O problema começou em dezembro de 2011.

Naquele mês foram repassados às granjas brasileiras mais de 552 milhões de pintinhos. Cerca de 45 dias depois, tempo do ciclo de criação, começou a sobrar carne no mercado. O preço no atacado caiu 30%. Recém agora, em abril, é que quantidade de alojamentos está se normalizando. Este mês deve fechar com 480 milhões de pintinhos, 70 milhões a menos que em dezembro.

– Esses são casos sazonais que foram provocados por crises, por falta de rentabilidade, onde a empresa tenta fazer aquilo que prejudica menos o produtor – afirma o presidente da APA, Érico Pozzer.

A reclamação do produtor é que as mudanças determinadas pela indústria pesaram no bolso. Por causa de crises como a atual, ele diz que já perdeu, nos últimos anos, 30%  do rendimento. O avicultor alega que não está recebendo pela eficiência, pelo chamado fator de produção, como recebia cinco anos atrás.

A relação de eficiência na granja estabelece que, para dar lucro, um frango teria de consumir no máximo 1,7 quilo de ração para cada quilo de carne que produz. O produtor garante que mantém esta eficiência desde 2007, mas antes ganhava R$ 0,41 por ave. O valor atual é de R$ 0,38.

Consultores de mercado dizem que só tem uma solução pra esse impasse: o pequeno produtor precisa também criar suas estratégias pra se manter na atividade. Precisa se preparar. Até porque a tendência é de concentração das grandes indústrias, o que vai exigir ainda mais eficiência na granja, afirmam.

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