>> Boa manutenção de pastagens custa cerca de quatro vezes menos que reforma completa
Um levantamento da Scot Consultoria mostra que a pecuária brasileira conta com menos de 25% da área de pastagem cultivada em condições adequadas para produzir carne e leite com eficiência. Outroa 25% estão com sérios problemas ambientais.
Os números já conhecidos do mercado exigem uma reação mais acelerada nesse processo para tornar a pecuária brasileira eficiente e rentável, partindo do tratamento dado à pastagem. A mudança cultural já está em curso: o pecuarista tem que plantar, adubar e colher o pasto em forma de mais carne e mais leite por hectare.
A assistência técnica está cada vez mais preparada para indicar o passo a passo para que o pecuarista consiga reduzir os riscos da atividade nessa disputa com o avanço da produção agrícola. O pesquisador da Embrapa Gado de Corte Manuel Claudio Motta Macedo adverte que não existe receita única.
– Feito esse levantamento através de diferentes indicadores de produtividade, tanto do estado do solo da pastagem como da produção animal, em primeiro lugar, deve se começar uma boa gestão da propriedade, com uma boa contabilidade zootécnica e um acompanhamento econômico. Cada propriedade é uma célula individual.
A palavra de ordem é intensificar o uso dos fatores, capital, trabalho e terra. Por isso, o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) vem sendo uma boa alternativa para recuperar a eficiência da pecuária. Já se fala até em carne de safrinha.
– Hoje nós estamos trabalhando com algumas regiões que, além de produzirem soja na primeira safra, fazem uma segunda safra de milho consorciado com capim, terminando bois sem irrigação ou recria de animais. Normalmente, animais na época da seca perdem peso e, hoje, temos tecnologia para manter esses animais ganhando peso durante a seca sem a necessidade de ser um sistema irrigado. O que nós chamamos de boi safrinha ou pasto safrinha – explica Lourival Vilela, da Embrapa Cerrados.
O pecuarista precisa ser paciente para fechar o ciclo completo, começando por uma boa adubação da pastagem até os primeiros rendimentos em arroba. Depois, os custos serão menores.
– O rendimento das pastagens nos anos seguintes exigirão taxas menores na utilização de fertilizantes e a rentabilidade dele com uso de fertilizantes torna-se muito mais acessível para utilização – diz o consultor da Tec-Fertil José Francisco da Cunha.