Segundo ela, isso ocorre porque os padrões usados na pesquisa foram adaptados para a realidade local. Além disso, o estudo não leva em conta apenas a emissão dos gases. Avalia também o chamado sequestro de carbono, que se trata do processo através do qual o gás é capturado pelo ambiente, evitando os prejuízos ambientais.
– Quando se faz a dinâmica do sistema, que é quando se computa o armazenamento de carbono no solo, a emissão de gases de efeito estufa, principalmente ácido nitroso e metano, de solo, planta e animal, este balanço é negativo – afirma.
O projeto deve analisar a realidade dos seis biomas brasileiros durante quatro anos. Os pesquisadores estimam que, mesmo em regiões tão diferentes, deve ser possível comprovar um lado positivo da pecuária na retirada dos gases causadores do efeito estufa, conforme a coordenadora nacional do estudo, Patrícia de Oliveira.
– São as pastagens que fazem a remoção de dióxido de carbono, de CO2, da atmosfera e sequestro de carbono. O componente arbório nos sistemas integrados e silvipastoris, na integração lavoura-pecuária-floresta. E o próprio plantio direto que ocorre nos sistemas de integração lavoura-pecuária também é um grande aliado na remoção desses gases da atmosfera – diz.
Ela acredita que as pesquisas estrangeiras apresentaram um número muito maior da emissão de metano do que as medidas feitas agora.
– O que o projeto pretende é fazer uma orientação da cadeia neste sentido. Orientar com políticas públicas esta temática e propor estes padrões que são realísticos da situação brasileira e isto vai favorecer bastante a nossa imagem internacional da pecuária – complementa.