Segundo o médico veterinário Bruno de Souza Mesquita, que fez dissertação de mestrado sobre o tema, sob a orientação do professor Luis Felipe de Prada e Silva a opção é pertinente:
– Os bovinos precisam ganhar peso durante todo o ano, porém, no inverno, há escassez de pastagens o que atrapalha o desempenho animal. A safra da cana coincide com esse período, o que a torna excelente opção para a manutenção do desempenho animal durante o período seco.
O veterinário explica que já existem algumas variedades de cana específicas para a nutrição animal, sendo que a principal delas, a IAC86-2480, foi a utilizada no estudo.
– Um dos problemas gerais da cana é a sua baixa digestibilidade da fibra. Ela é digerida de forma mais lenta e fica mais tempo retida no rúmen, ocupando espaços que poderiam ser preenchidos por alimentos mais digestíveis. Isso causa um efeito de enchimento físico no animal e o mesmo tem a sensação de saciedade e acaba comendo menos.
Os testes foram realizados com 48 bovinos de corte nelores, não castrados, em confinamento. Antes de fornecer a dieta, foram pesquisadas 9 variedades de cana-de-açúcar e realizados testes em laboratório para avaliar as 2 variedades com maior e menor digestibilidade da fibra. As quatro variedades selecionadas foram cultivadas no campus de Pirassununga.
Os animais foram avaliados diariamente quanto à análise de consumo (cálculo da diferença entre a quantidade de comida oferecida e a que sobrou no cocho). A cada 14 dias, passaram por pesagem e, ao final do experimento, foram submetidos a ultrassonografia para avaliar a qualidade da carcaça.