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Estudo reduz ameaça de extinção do caprino Marota

Raça é um dos principais destaques na lista de animais ameaçados de extinção, segundo a FAO

Um estudo da Embrapa conseguiu afastar a ameaça de extinção do caprino da raça Marota. Com o mapa genético traçado e a diversidade de animais na pesquisa, os técnicos da empresa conseguiram garantir a preservação do animal.

O caprino marota ocupa posição de destaque na lista de animais ameaçados de extinção, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). O estudo revela também que, a cada mês, uma raça de animal domesticada é extinta no mundo.

O trabalho começou há nove meses e foi fundamentado nos estudos de variabilidade e diversidade genética do plantel da Embrapa Meio-Norte. A ideia do mapeamento era conhecer o fluxo gênico (passagem de um determinado gene de uma geração à outra) para que os cientistas pudessem conduzir melhor e com mais segurança trabalhos de melhoramento genético e conservação da raça.

A partir de agora, as equipes da Embrapa e da Universidade Federal do Piauí vão propor um modelo de manejo genético que busque o acasalamento de animais distintos geneticamente, para manter a maior proporção de variabilidade da raça Marota.

Mais de mil indivíduos para afastar extinção

A ciência estabeleceu que um grupo de animais domésticos é considerado em risco de extinção quando existem menos de 100 fêmeas no rebanho ou menos de 20 em reprodução. O alerta dos cientistas é que, assim como os animais silvestres, os grupos genéticos dos animais domésticos ameaçados de extinção não podem ser recriados, sendo uma perda irreversível à biodiversidade, à agricultura e à alimentação.

Para a pesquisadora Adriana Mello, quanto menor o tamanho de uma população animal, mais vulnerável ela está às variações demográficas e ambientais e a fatores genéticos que podem levar à extinção.

Segundo Adriana, a ameaça de extinção da raça Marota só vai desaparecer se o número de reprodutores e matrizes de puro-sangue superar mil exemplares. O animal puro-sangue é aquele que não passou por cruzamento ou recebeu material genético de outra raça.

Nativo do Nordeste brasileiro

O rebanho de caprinos (Capra aegagrus hircus) no Brasil está praticamente estabilizado desde 2011, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levantados pela pesquisa pecuária municipal. São quase dez milhões de exemplares. Os cinco estados com os maiores rebanhos concentram 81,8% de todo o efetivo nacional. Bahia, Pernambuco e Piauí são os estados que ainda permanecem como os maiores criadores de caprinos.

Como outras raças, a marota surgiu de um processo de seleção natural de caprinos introduzidos pelos portugueses no período de colonização do país. É uma raça nativa do Nordeste, com origem no Vale do Rio São Francisco, entre os sertões de Pernambuco e Bahia.

De pelagem branca, pequeno porte e baixa produção  de leite, ela é rústica e se adapta bem às típicas adversidades nordestinas, como altas temperaturas e longos períodos de seca. Em toda a região, existem pelo menos dois mil exemplares, puros, espalhados pelos estados do Piauí, Paraíba, Pernambuco, Ceará e Bahia.

Responsável pelo estudo

A possibilidade de preservação da raça está na tese de doutorado em Ciência Animal da Universidade Federal do Piauí, elaborada pela bióloga Jeane de Oliveira Moura, professora do Instituto Federal de Educação no Piauí.

A importância da variabilidade genética em um rebanho, segundo Jeane Moura, é evitar a perda de vigor causada pela endogamia, reprodução entre animais de parentesco próximo, consanguíneos, refletindo em menor capacidade de reprodução e maior probabilidade de ocorrência de doenças genéticas.

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