O veterinário e especialista em mercado Luciano Roppa abriu a rodada de palestras do encontro, que contou com a presença de técnicos e pecuaristas de sete países. Roppa apresentou números que comprovam a crescente demanda por proteína animal. Projeções da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) apontam que, nos próximos 10 anos, o consumo de carne e leite deve crescer 25%, consequência de uma população em crescimento e com maior poder de compra. A cada ano, são 75 milhões de habitantes a mais no mundo, 200 mil a mais por dia. Do total, 88% do crescimento fica concentrado na Ásia e na África.
Com clima tropical e recursos hídricos favoráveis, a América Latina consegue suprir a demanda interna. Painelistas discutiram como atender aos requisitos que podem colocar esses países em vantagem diante da concorrência. Além de aumentar a produtividade por área, a sustentabilidade é uma exigência do mercado internacional e uma das barreiras impostas por países compradores.
– Produzir mais, sim. Com menos custos, mais tecnologia e com segurança alimentar – aponta o gerente geral Câmara Argentina de Feedlot, Rodrigo Troncoso.
Um exemplo é o que acontece com a carne brasileira. A Índia, dona do maior rebanho do mundo, é grande competidora do país, oferecendo um produto mais barato no mercado. De acordo com o analista de mercado Alexandre Mendonça de Barros, a estratégia brasileira deve mudar para que o país se mantenha nas posições de liderança da exportação global.