Evento em Minas Gerais reúne criadores de senepol de 17 países

Raça atingiu crescimento de 25% no Brasil; ano passado foram exportadas 10 mil doses de sêmen do animalO município de Uberlândia, no Estado mineiro, sedia o primeiro Congresso Internacional da Raça Senepol. Até sexta, dia 5, o evento acontece junto com a 37° Convenção Anual da Senepol Cattle Breeders Association. O evento reúne mais de 300 criadores de 17 países. O crescimento da raça, anualmente, atinge 25%. Só em 2013 foram exportadas mais de 10 mil doses de sêmen para países da América Latina.

• Adaptação, rusticidade e monta natural são destaques da raça senepol

– Os criadores do Brasil estão fazendo um trabalho muito diferenciado com relação a crescimento da raça, todos com grandes investimentos, apostando na potencial de geração de carne desse animal, que é o que fará toda a diferença na qualidade e na quantidade de carne no cenário nacional – diz o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), Gilmar Goudard.
 
A utilização de touros provados da raça pode aumentar a produtividade do rebanho em até 30%. Números que atraem criadores de todo o país na busca não só por um produto, mas por uma ferramenta que torne a pecuária mais eficiente.

– Os taurinos são formidáveis, o cruzamento deles com os zebuínos  promovem um salto de qualificação. O vigor híbrido em genética animal é a primeira palavra para sucesso. O cruzamento qualifica as vantagens de uma de outra raça para uma terceira figura ainda melhor que as duas juntos – explica o coordenador do Centro de Agronegócios da FGV, Roberto Rodrigues.

Segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial, só no ano passado, foram comercializados mais 117 mil doses de sêmen da raça, um aumento de 30% em comparação com 2012. Hoje já são mais de 225 criatórios espalhados pelo país.

O pecuarista João Arantes Neto cria senepol há mais de 15 anos. A família dele foi responsável por trazer os primeiros exemplares da raça para o país no ano 2000. Os animais vieram em pequeno número e eram originários de rebanhos norte-americanos. Hoje já são cerca de 30 mil exemplares registrados na associação.
 
– Meu pai foi o primeiro importador dessa raça no Brasil, ele comprou no ano 2000, 60 fêmeas e 12 bezerros, fretou um avião e trouxe esses animais direto para Rondônia. Lá iniciamos em 2000 um trabalho com fertilização in vitro e multiplicamos. Depois disso, o rebanho espalhou por todo o Brasil – conta.