Em fevereiro, isoladamente, as vendas externas de carne suína caíram 4,95% em volume (37.126 toneladas) e 5,02% em valor (US$ 95,53 milhões), na comparação com fevereiro de 2011.
Em comunicado, a Abipecs informa que as medidas restringindo a entrada de carne suína brasileira na Argentina levaram, em fevereiro, a uma queda acentuada nas vendas para aquele destino: 84,97% em volume (478 t) e 84,16% em receita (US$ 1,51 milhão).
O presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, diz que a associação continua na esperança de que o governo federal, por meio de atitudes e medidas práticas firmes, reverta o quadro, restabelecendo as exportações para o país vizinho. Segundo ele, o Brasil importa significativos volumes de produtos agropecuários da Argentina. O Brasil exportou cerca de US$ 130 milhões de carne suína para a Argentina em 2011.
– Destacamos que o Brasil importa, na mesma ordem de grandeza, individualmente, volumes de batata, alho, pera, arroz e produtos lácteos, entre leite UHT e queijos – continua Camargo Neto.
Existe a perspectiva até mesmo de a Argentina vir a exportar carne de aves para o Brasil, afirma. Conforme o presidente da Abipecs, a discriminação que vem sendo praticada pelo vizinho com a carne suína torna-se insustentável.
De acordo com os dados da Abipecs, Hong Kong permanece como principal destino da carne suína brasileira, respondendo por 33% das exportações no ano.
A Rússia foi no passado o principal destino das exportações de carne suína e liderou as vendas do Brasil por 11 meses, em 2011. Em fevereiro, passou a ocupar a terceira posição, reagindo de posição inferior à registrada em janeiro, quando estava em sexto lugar. Essa melhora no ranking, segundo a Abipecs, se deve à habilitação de dois novos frigoríficos brasileiros em janeiro, autorizados a exportar para o mercado russo.
Camargo Neto comenta que o Brasil iniciou o mês de março com quatro frigoríficos habilitados e a previsão é de um novo pequeno crescimento. Ele afirma, porém, que é essencial a interrupção das suspensões temporárias existentes em inúmeras unidades de abate e o fim do embargo, comprovadamente irregular, dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso.
As vendas para a Rússia caíram 73,04% em volume, em janeiro e fevereiro deste ano, em relação ao mesmo período de 2011, e 72,08% em receita. O Brasil exportou 8,11 mil t e obteve uma receita de US$ 25 milhões. Em janeiro e fevereiro do ano passado, o faturamento foi de US$ 89,63 milhões.
Para a Ucrânia houve um crescimento de 397,61% das exportações de janeiro e fevereiro, em volume, e de 342,89% em valor (13.076 t e US$ 36 milhões), em relação a igual período de 2011 (2.628 t e US$ 8,13 milhões). Angola é o quarto maior comprador.