Em volume, entretanto, houve queda de 16,04%, passando de 647.77 mil toneladas para 534.883 mil toneladas. De acordo com a Abiec, o aumento de receita foi impulsionado pelo incremento de 28,28% no preço médio da carne exportada em relação à primeira metade de 2010.
? O Brasil nunca vendeu carne com preço tão bom. O nosso faturamento tem aumentado no último semestre apesar do volume ser um pouco menor, tanto porque o preço está alto como a gente tem hoje uma escassez de matéria-prima que é fruto de um abate de matrizes de quatro anos atrás e alguns problemas de seca do ano passado também ? explica o diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio.
Para o diretor de relações com investidores JBS, Jeremiah O’Callahann, confirma este cenário e diz que a indústria conseguiu repassar a alta nos preços.
? Nós vimos um menor volume em função da escassez de matéria-prima, mas o preço estava num nível bem maior. Se a gente comparar o primeiro semestre de 2011 com o mesmo período em 2010, a alta foi de US$ 1 mil, o que é bastante expressiva. Isso mostra que a indústria está trabalhando bem e consegue compensar a alta do boi e a valorização da moeda e repassar isso para os seus clientes lá fora ? relata o empresário.
A suspensão de compras de carnes brasileira em junho não impediu que a Rússia encerrasse o primeiro semestre como o maior comprador da carne bovina brasileira. A expectativa é de que o embargo seja encerrado ainda neste mês.
? O pessoal do ministério teve reuniões com os russos e o ministério se comprometeu a melhorar alguns controles e responderam tecnicamente às questões que foram levantadas, mas o importante é que pelo menos no bovino a gente conseguiu manter e até aumentar os volumes mesmo com o embargo ? diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio.
Os executivos da Abiec destacaram ainda as vendas para a China, que quase triplicaram nos primeiros seis meses deste ano em relação ao primeiro semestre do ano passado. Atualmente, nove frigoríficos exportam para o país asiático. A expectativa é de que outros sete sejam habilitados.
Já a queda em volume é consequência, segundo a entidade, dos conflitos no Oriente Médio no começo do ano, em especial no Egito, um dos cinco principais mercados para carne bovina brasileira.
? Em virtude do clima de tensão que se instalou na região no início do ano, as exportações brasileiras para o Oriente Médio caíram a quase zero. Com a retomada do turismo no país, porém, os embarques foram normalizados ? explica a Abiec.
No consolidado do primeiro semestre de 2011, a queda em volume ficou em 5,5% no Oriente Médio.