Exportação de carne bovina no primeiro trimestre de 2012 atinge US$ 1,223 bilhão

Valor representa queda de -0,53% na comparação com igual período do ano passadoA exportação total de carne bovina no primeiro trimestre de 2012, em valores, somou US$ 1,223 bilhão, montante que representa queda de -0,53% na comparação com o total de US$ 1,230 bilhão em igual período de 2011. Os dados foram divulgados nesta segunda, dia 16, pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

Em volume, houve queda de 2,23%, com o total passando de 264,3 mil toneladas no período de janeiro a março de 2011 para 258,5 mil toneladas em igual período de 2012. O valor médio por tonelada subiu 1,74% em igual espaço de tempo, passando de US$ 4.653 para US$ 4.733 em janeiro a março de deste ano.

RECEITA

Ainda segundo a Abiec, as exportações de carne bovina devem trazer para o Brasil neste ano divisas da ordem de US$ 6 bilhões. O valor previsto representa um crescimento de 20% sobre o faturamento registrado em 2011. Em volume, a expectativa da Abiec é a que haverá uma expansão de 10% sobre o ano passado.

Segundo o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, o setor não tem do que reclamar neste ano porque os três pilares sobre os quais se apoia a plataforma de exportação de carne (câmbio, mercado e oferta) estão melhorando. No caso do câmbio, o setor trabalhava em 2011 com o dólar neste ano sendo cotado a R$ 1,68 e, no entanto, a moeda norte-americana já está em R$ 1,83.

Quanto ao mercado, apesar de a demanda europeia por carnes estar caindo, a produção vai na mesma direção e isso acaba por produzir menos medidas de subvenção. No que se refere à oferta, o Brasil continua bem, com os abates mensais rodando em torno de 1,8 milhão de cabeças. O país, de acordo com Camardelli, está acessando mais mercados que tinham reduzido importações de carne bovina, como o Irã, por exemplo, cujas importações são 100% de carnes in natura. No primeiro trimestre, em valores, as exportações de carnes bovinas para o Irã caíram 92,83%, de US$ 207,8 milhões no ano passado para US$ 14,9 milhões no período entre janeiro a março deste ano. Ocorre, de acordo com Camardelli, que aos poucos as exportações para aquele país têm se recuperado.

Por causa do efeito Irã, as exportações totais de carne bovina nos primeiros três meses deste ano recuaram 5,71%. Em compensação, as exportações para os Estados Unidos cresceram em valores o correspondente a 200,71% e o volume teve um salto de 264,18%, ainda que o preço médio tenha caído 17,43%.

Para Egito e Líbia, os aumentos em valores no trimestre terminado em março foram de 220,85% e 73,25%, pela ordem. Para o presidente da Abiec, nos dois casos o aumento está relacionado às quedas dos regimes políticos autoritários. Além disso, as vendas para os países árabes, agora livres de ditaduras, tendem a aumentar já que o Brasil é o único país exportador no mundo que cumpre todos os ditames religiosos tanto árabes como judeus.

Em países como Venezuela e Angola, por exemplo, os respectivos crescimentos de 19,28% e 19,90% no valor das exportações estão associados ao ano eleitoral. Nestes ano, de acordo com a Abiec, a tendência é o consumo crescer nessas regiões.