Exportação de couros registra alta de 28% em setembro

Vendas movimentaram US$ 163,2 milhões no mêsAs exportações brasileiras de couros e peles movimentaram US$ 163,2 milhões em setembro, embarcando 25,4 mil toneladas, segundo dados contabilizados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio (Secex), do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. A receita representa aumento de 28% em relação ao mesmo mês de 2010 e queda de 15% em relação a agosto deste ano.

? O valor das exportações no acumulado foi de US$ 1,56 bilhão, um crescimento de 19% em relação ao período anterior, mas não se refletiu no aumento de volume, que ficou estacionado, em razão da dificuldade de recuperação dos negócios no mercado internacional ? explica o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.

Segundo o executivo, a diminuição do volume de couros bovinos exportados em setembro já ilustra este quadro: foram 1,9 milhão de unidades, queda de 16% em comparação ao mês anterior e de 2% em relação a setembro de 2010.

Em sua análise, a expectativa de faturamento para o ano de 2011 é de uma receita ao redor de US$ 2 bilhões, aquém dos US$ 2,2 bilhões registrados em 2007, o ano pré-crise, e que será atingida com grau de dificuldade muito maior para as empresas curtidoras.

? Estamos perdendo competitividade industrial devido aos obstáculos internos, como câmbio, a excessiva carga tributária, as altíssimas taxas de juros, a falta de crédito para capital de giro, e outros entraves do já conhecido Custo Brasil. A aguda crise econômica mundial certamente também está dificultando as nossas vendas ? salienta.

Apesar deste cenário, a indústria brasileira do couro, uma das maiores exportadoras mundiais, vem se esforçando para diversificar cada vez mais seus mercados, além de aumentar o leque de produtos de maior valor agregado.

De janeiro a setembro de 2011, os principais mercados do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, com US$ 463,32 milhões (29,7% de participação e aumento de 6%); Itália, com US$ 356,5 milhões (22,9% de participação e elevação de 25%); e Estados Unidos, com US$ 168 milhões (10,8% e crescimento de 16%).

Nos nove meses do ano, Alemanha com US$ 70,7 milhões (4,5% de participação e aumento de 75%), Coréia do Sul, com US$ 52,23 milhões (3,4% e 73% de crescimento), México (US$ 47,72 milhões, incremento de 55%), Vietnã (US$ 47,16 milhões, elevação de 24 %) e Taiwan (Formosa, US$ 28,24 milhões, 100%) foram importantes destinos das exportações brasileiras.

Entre outros países que aumentaram as aquisições do produto nacional figuram Hungria (US$ 23,93 milhões, 71%), Uruguai (US$ 15,42 milhões, 98%), Espanha (US$ 13,19 milhões, 95%), e Nicarágua que, após uma participação inexpressiva em 2010, saltou 11,66 vezes, de US$ 999,12 mil para US$ 11,65 milhões.