? O valor das exportações no acumulado foi de US$ 1,56 bilhão, um crescimento de 19% em relação ao período anterior, mas não se refletiu no aumento de volume, que ficou estacionado, em razão da dificuldade de recuperação dos negócios no mercado internacional ? explica o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.
Segundo o executivo, a diminuição do volume de couros bovinos exportados em setembro já ilustra este quadro: foram 1,9 milhão de unidades, queda de 16% em comparação ao mês anterior e de 2% em relação a setembro de 2010.
Em sua análise, a expectativa de faturamento para o ano de 2011 é de uma receita ao redor de US$ 2 bilhões, aquém dos US$ 2,2 bilhões registrados em 2007, o ano pré-crise, e que será atingida com grau de dificuldade muito maior para as empresas curtidoras.
? Estamos perdendo competitividade industrial devido aos obstáculos internos, como câmbio, a excessiva carga tributária, as altíssimas taxas de juros, a falta de crédito para capital de giro, e outros entraves do já conhecido Custo Brasil. A aguda crise econômica mundial certamente também está dificultando as nossas vendas ? salienta.
Apesar deste cenário, a indústria brasileira do couro, uma das maiores exportadoras mundiais, vem se esforçando para diversificar cada vez mais seus mercados, além de aumentar o leque de produtos de maior valor agregado.
De janeiro a setembro de 2011, os principais mercados do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, com US$ 463,32 milhões (29,7% de participação e aumento de 6%); Itália, com US$ 356,5 milhões (22,9% de participação e elevação de 25%); e Estados Unidos, com US$ 168 milhões (10,8% e crescimento de 16%).
Nos nove meses do ano, Alemanha com US$ 70,7 milhões (4,5% de participação e aumento de 75%), Coréia do Sul, com US$ 52,23 milhões (3,4% e 73% de crescimento), México (US$ 47,72 milhões, incremento de 55%), Vietnã (US$ 47,16 milhões, elevação de 24 %) e Taiwan (Formosa, US$ 28,24 milhões, 100%) foram importantes destinos das exportações brasileiras.
Entre outros países que aumentaram as aquisições do produto nacional figuram Hungria (US$ 23,93 milhões, 71%), Uruguai (US$ 15,42 milhões, 98%), Espanha (US$ 13,19 milhões, 95%), e Nicarágua que, após uma participação inexpressiva em 2010, saltou 11,66 vezes, de US$ 999,12 mil para US$ 11,65 milhões.